domingo, 24 de março de 2013

Acessibilidade e Tecnologia Assistiva.

Diversidade não é  sinônimo de dificuldades, e sim de transformações qualitativas que busquem ações coletivas e  efetivas para uma inclusão mais autônoma e independente.

Tecnologia: Termo usado para atividades de domínio humano, embasada no conhecimento, manuseio de um processo e ou ferramentas e que tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais a competência natural. Proporcionando desta forma, uma evolução na capacidade das atividades humanas, desde os primórdios do tempo, e historicamente relatadas como revoluções tecnológicas. Estraído de pt.wikipedia.org/wiki/TecnologiaAssistiva: Significa alguma coisa "que assiste, ajuda, auxilia", segue a mesma formação das palavras com o sufixo "tiva", já incorporadas ao léxico português. Extraído de http://www.cedionline.com.br/ta.html
O termo acessibilidade segundo dicionários tem sua raiz no Latim - accessibilitate, e trás por significado qualidade de ser acessível, facilidade na aproximação, no trato ou na obtenção. Esta ampla definição de acessibilidade refere-se a uma concepção das pessoas com necessidades especiais ou não, terem pleno direito de participação e igualdade na sociedade.
A
Tecnologia Assistiva está presente em situações onde haja necessidade de: comunicação alternativa e ampliada; adaptações de acesso ao computador; equipamentos de auxílio para visão e audição; controle do meio ambiente (adaptações como controles remotos para acender e apagar luzes, por exemplo); adaptação de jogos e brincadeiras; adaptações da postura sentada; mobilidade alternativa; além de próteses e a integração dessa tecnologia nos diferentes ambientes como a casa, a escola, a comunidade e o local de trabalho.

É importante lembrar que as tecnologias assistivas vão desde uma fita crepe que prende o papel à mesa, para que não solte com os gestos involuntários do aluno, a criação de um mapa com os contornos em barbante, até a utilização de equipamentos como mouse e ponteiros ou um software leitor de tela para acesso ao computador.
Dessa forma, acessibilidade, ou seja, a quebra de barreiras para que eles possam viver plenamente seus direitos de liberdade, igualdade e independência. Estudar a acessibilidade para pessoas com necessidades especiais é entender um universo de valorização desta diversidade, é concretizar e abarcar a abrangência da palavra inclusão.
A facilidade, a rapidez e a supressão de barreiras geográficas tornam possível o acesso aos mais diversos canais potenciadores de conhecimento, mas também de convívio e de lazer. Para aqueles cuja autonomia é condicionada por inúmeras barreiras arquitectónicas, dificuldades em utilizar meios de transporte público ou privado e manifestas desvantagens no acesso à informação que os impedem de conhecer e viver a "normalidade", a utilização de um computador e o acesso à Internet podem significar uma liberdade até aí apenas sonhada.(GODINHO, 1999, Introdução)
GODINHO, F. (Coord.) Internet para Necessidades Especiais . Edição UTAD/GUIA, 1999. Disponível em: http://www.acessibilidade.net/web/ine/livro.html. Acesso em: 21 Jul. 2009.
A Tecnologia assistiva vêm sendo incorporadas em nossa cultura, caracterizando-se cada vez como ferramentas indispensáveis na inclusão e integração de pessoas com algum tipo de deficiência. A constatação é ainda mais evidente e verdadeira quando se refere às pessoascom dificuldades na comunicação (oral e escrita), na funcionalidade e locomoção.
Essas tecnologias de apoio as pessoas deficientes podem ser denominadas “Tecnologias Assistivas”, “Tecnologia de Apoio” ou “Ajudas Técnicas”. A Tecnologia Assistiva é definida como “uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências” (Cook e Hussey, 1995). Portanto, é qualquer item, peça de equipamento ou sistema de produtos, quer adquirido comercialmente de um estoque de fabricação em série, quer modificado, ou feito sob medida, usado para aumentar, manter ou melhorar capacidades funcionais de indivíduos com incapacidades.
Para favorecer a qualidade de vida das pessoas deficientes, os recursos da tecnologia, muitas vezes são imprescindíveis, conforme afirma Radabaugh (2001: 13): “Para as pessoas, a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis”.

Para algumas pessoas com PC(Paralisia Cerebral), grandes dificuldades físico-funcionais, a fala, o simples fato de apontar o dedo sobre um símbolo, para indicar uma mensagem, pode não ser possível ou prático. Por isso, todo esforço deve existir no sentido de possibilitar uma via de comunicação para o indivíduo expressar-se. A Tecnologia Assistiva é o canal que possibilita essas pessoas a se comunicar com o mundo ao seu redor. Existem recursos tecnológicos que possibilitam a acessibilidade, isto é, o acesso desse indivíduo à sociedade, podendo ser por meio da Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), o computador, com softwares e hardwares acessíveis.
Estudos desenvolvidos no Brasil (Capovilla et al., 1997, 1998a, 1998b; Capovilla, 2005; Pelosi, 2000; Alves de Oliveira, 2004) enfocando o processo de avaliação e ensino com crianças com Paralisia Cerebral, são providos de estratégias e recursos da Tecnologia Assistiva associados à tecnologia de ensino, porém não há uma descrição de seu uso juntamente com o paradigma de equivalência de estímulos.
Ciências & Cognição 2008; Vol 13 (3): 243-262 <http://www.cienciasecognicao.org> © Ciências & Cognição Submetido em 29/07/2008 | Revisado em 04/12/2008 | Aceito em 08/12/2008 | ISSN 1806-5821 – Publicado on line em 10 de dezembro de 2008
Para proporcionar acessibilidade aos deficientes com dificuldades neuromotoras, os softwares necessitam ter possibilidades de acionamento não convencional no mouse tradicional, mas através de um sistema de escaneamento (varredura). Segundo Pelosi (2000) sistema de escaneamento ou sistema de varredura é um recurso utilizado em equipamentos, que sinaliza as opções na tela do equipamento com o auxílio de pontos luminosos (leds).
A varredura requer um controle mínimo de movimentos físicos. Dependendo da habilidade motora e cognitiva do indivíduo, o acesso por varredura lhe permite executar uma variedade de atividades no computador, que seriam impossíveis sem esta opção de acesso (Browning, 2006).

Segundo Pelosi (2000) e Alves de Oliveira (2004a) a varredura exige que o indivíduo tenha uma resposta voluntária consistente como o bater a mão, o pé, piscar os olhos, balançar a cabeça, soprar, emitir som ou qualquer outro movimento do corpo ou segmento corporal para que sinalize sua resposta. Essas respostas podem ser associadas com hardwares como acionadores indiretos, que substituem o clique do mouse, por meio desses movimentos. Esses acionadores são ligados a um mouse adaptado (figura 1) para receber esses dispositivos.
Acionadores são chaves colocadas em qualquer parte do corpo, onde o usuário possui algum controle ativo de movimento, ele pode ser ativado com pressão (tocar a mão, o pé, a cabeça), tração (puxar o braço), sopro, piscar, e podem ser selecionados e posicionados conforme as habilidades específicas de movimento da criança com PC. O indivíduo precisa aprender a ativar, manter e soltar voluntariamente o acionador. Esses acionadores podem ser confeccionados artesanalmente (figuras 2 e 3), com materiais simples identificados no cotidiano, necessitando apenas estar adequado às características e necessidades funcionais dos indivíduos que deles necessitam. Neste artigo são mostrados os acionadores artesanais, desenvolvidos no Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade – NEDETA1, com a proposta da substituição da tecnologia importada por tecnologia nacional, inovadora e de baixo custo, possibilitando a acessibilidade financeira dos usuários.

Minhas considerações complementares:

A tecnologia assistiva é um recurso utilizado para ampliar ou possibilitar a execução de uma atividade necessária  e pretendida por uma pessoa com deficiência em qualquer situação de aprendizagem no contexto escolar e fora do espaço de sala de aula. As tecnologias assistivas  impulsionam as práticas pedagógicas porque propicia tanto ao aluno como ao professor mais autonomia na resolução de problemas funcionais enfrentados pelos alunos com NEE. São exemplos de tecnologia assistiva na escola os materiais escolares e pedagógicos acessíveis, a comunicação alternativa, os recursos de acessibilidade ao computador, os recursos para mobilidade, localização, a sinalização, o mobiliário que atenda às necessidades posturais, entre outros.
Sendo assim, a tecnologia assistiva é voltada a favorecer a participação do aluno com deficiência nas diversas atividades do cotidiano escolar, vinculadas aos objetivos educacionais comuns.

Em se tratando de acessibilidade , no meu ambiente de trabalho muito ainda precisa ser feito para eliminar as barreiras arquitetônicas que existem para que os alunos com NEE (cadeirantes e outros) possam transitar melhor na escola. A observância desses detalhes é relevante  para perceber  o que está feito em termos de acessibilidade e o que pode ser feito ainda.
Percebo nas leituras que faço e nos cursos de capacitação também  que já temos muita coisa pronta - leis, normas, projetos, mas que não funciona muito bem, ainda está no nível do papel. Faltam mudanças - de hábitos, de paradigmas.
Ponto de partida para ser um bom especialista  da  educação inclusiva no ensino regular: Sensibilidade, educar o olhar,estudar muito,ser empático (fundamental) , mudar hábitos, são as atitudes necessárias. Enfim todos sairão ganhando e ficarão felizes, com certeza.
Os alunos com NEE  agradecem e aplaudem, alguns com um olhar significativo, outros com um sorriso, outros com um abraço, alguns com um  aperto de mão. Ah! São  tantas as manifestações de carinho e gratidão que seria uma folha inteira ou mais para relatar o que eles sentem por nós.  Elaine Eleutério /2013
Para saber mais (links para arquivos em formato PDF - requerem leitor tipo Adobe Reader):
Textos sobre o Atendimento Educacional Especializado.
·         Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva
·         Atendimento Educacional Especializado e Laboratórios de Aprendizagem: O Que São e a Quem se Destinam (80kB)Livros sobre o Atendimento Educacional Especializado.
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. O Atendimento Educacional Especializado para Alunos com Deficiência Intelectual
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Os alunos com deficiência visual, baixa visão e cegueira
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Abordagem Bilíngue na Escolarização de Pessoas com Surdez
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Surdocegueira e Deficiência Múltipla
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Recursos Pedagógicos Acessíveis e Comunicação Aumentativa e Alternativa
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Orientação e mobilidade, adequação postural e acessibilidade espacial
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Livro Acessível e Informática Acessível
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Transtornos Globais do Desenvolvimento
·         A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Altas Habilidades/Superdotação
·         AEE - Pessoa com Surdez
·         AEE - Deficiência Física
·         AEE - Deficiência Mental
·         AEE - Deficiência Visual
·         Manual de Acessibilidade
·         Portal de Ajudas Técnicas - Recursos Pedagógicos Adaptados
·         Portal de Ajudas Técnicas - Recursos para Comunicação Alternativa