sábado, 20 de setembro de 2014

2º Módulo _ Curso sobre deficiência Visual - baixa visão, orientação e mobilidade.

"A grande ciência da vida é aprender a recomeçar. Recomeçar com confiança e entusiasmo." (Lições de Dorina Gouveia Nowill - Para quem quer ver além)"
 A Orientação e Mobilidade é uma área muito ampla e fundamental no atendimento do deficiente visual. De  acordo com Carrol (1968), a perda da mobilidade decorrente da perdavisão apresenta importância fundamental, porque significa mais do que andar, significa a liberdade de ir e vir de um lugar para outro, mediante todos os meios possíveis, seja no pequeno espaço de uma sala ou de uma casa, seja em áreas geográficas próximas ou distantes. É composta por técnicas específicas de proteção e exploração, no intuito de que o indivíduo se locomova com segurança e independência.2 A Orientação e Mobilidade (OM) é de importância vital para o deficiente visual, devido aos benefícios psicológicos, físicos e sociais e, principalmente, por dar a pessoa o direito de ir e vir como cidadão comum, fatores estes que colaboram muito com a melhoria da auto confiança, auto estima e melhor qualidade de vida.


A VARREDURA

Já imaginou atravessar uma rua de olhos fechados? Você corre o risco de tropeçar, cair, de ser atropelado por um carro, uma bicicleta, uma moto, cair num buraco ou de machucar de alguma outra forma. Talvez alguém apareça para ajudá-lo na travessia ou, simplesmente, você desista de chegar ao outro lado.Pois bem essa foi semana eu e minhas colegas de curso vivenciamos situações similares da vida de um deficiente visual nas ruas de  Governador Valadares - MG. 

Foto1: Aprendendo a fazer varredura com a bengala.

Assim sendo,  a locomoção é uma atitude nata do individuo, isto é, se não apresentar distúrbios psicomotores e não for estimulado precocemente e da forma correta. Para o deficiente visual ter uma mobilidade segura é importante e necessária uma boa orientação, que é decorrente de alguns fatores, tais como: ponto de referência, pistas, sistema de numeração externa e interna, medição, pontos cardeais, auto familiarização com o ambiente, segundo afirma CARROLL, Thomas J. Cegueira. São Paulo, dezembro de 1968.

A bengala é um sistema de orientação e mobilidade no qual a pessoa com deficiência visual depende apenas de si mesmo para se deslocar pelo ambiente. A bengala é um simples bastão que, mesmo com todo o avanço tecnológico, ainda se traduz como o mais eficiente instrumento para dar independência à mobilidade de pessoas com deficiência visual ou com baixa visão. A bengala funciona como uma extensão tátil-cinestésica para transmitir à pessoa uma riqueza de informações tal e qual ela teria se caminhasse passando a mão no solo. É possível desenvolver a percepção para detectar desníveis, buracos e outros obstáculos ao nível do chão. A bengala também será um anteparo eficiente para possíveis choques contra objetos e pessoas que se encontrem na linha de caminhada da pessoa com deficiência visual, pois auxilia no equilíbrioda pessoa. A bengala longa pode ser usada em conjunto com outras formas de mobilidade, ou seja, com uma pessoa guia, com um cão-guia e com as ajudas eletrônicas (Felippe e Silveira, 2001).

Foto 2- Após a  travessia do piso tátil em frente de uma agência bancária.Ufa... difícil mas conseguimos. 

Foto 3 - Descendo a escada rolante acompanhada com uma guia.

Foto  4- após uma travessia de pedestre.

Foto 5 -  Preparando para a aventura. O mundo dos cegos nas ruas! Aula prática com a professora Jaqueline Pereira Peixoto. A 2º foto  à esquerda da tela abaixo do banco da praça.

DESENVOLVIMENTO DE UMA BENGALA ELETRÔNICA PARA LOCOMOÇÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL- Autores:
 Danilo Ribeiro de Gouveia Santos, danilo.ribilo@gmail.com1
Werley Rocherter Borges Ferreira, werley_meca@hotmail.com1
Marco Aurélio Borges, m.aurelioborges@gmail.com1
Rogério Sales Gonçalves, rsgoncalves@mecanica.ufu.br1
Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Uberlândia, Campus Santa Mônica, CEP 38400-902, Uberlândia – MG – Brasil.

Caminhar sem Medo e sem Mito: Orientação e Mobilidade.

20/11/2003 - Sonia B. Hoffmann e Ricardo Seewald.

Conversando sobre Orientação e Mobilidade.

As pessoas normalmente atribuem a pessoa com deficiência visual uma dependência constante da sua ajuda e vigilância, com poucas habilidades principalmente para o seu deslocamento no ambiente de forma autônoma e segura. Este pensamento acontece muitas vezes não somente com crianças e, tampouco, é provindo apenas daqueles que enxergam, porque diversas pessoas com cegueira ou visão subnormal consideram-se, na grande maioria dos casos, inaptos ou incapazes para esta atividade.
Os motivos para esta concepção parecem estar diretamente vinculados ao desconhecimento, à dúvida e ao medo culturalmente construídos no que diz respeito às potencialidades e habilidades de alguém com perda ou diminuição da sua visão. Esta atitude pode ser observada desde o momento em que são rotuladas como cegas aquelas pessoas que apresentam visão subnormal, com uma demonstração clara de que para muitos todos aqueles que possuem alteração visual são impreterivelmente cegos. Além disto, o comportamento protetor ou descrédito procedente dos pais, familiares e comunidade pode gerar uma extensa e profunda problemática para a construção e desenvolvimento do indivíduo com deficiência visual, especialmente em sua fase infantil.
A rede de entraves prolifera-se de forma cumulativa e cíclica, produzindo lentamente danos no corpo e na personalidade do indivíduo e prejuízos nas relações interpessoais, nem sempre reversíveis. Esta realidade, no entanto, pode ser minimizada ou evitada se uma ação interventiva eficiente e adequada acontecer dentro de um tempo suficiente por parte da família, profissionais, comunidade e o própria pessoa com o comprometimento visual.
Assim, a criança cega ou com visão reduzida poderá lidar muito mais com as dificuldades próprias e peculiares da infância do que com uma sobrecarga de problemas e tabus adicionada pelos receios, incertezas e preconceitos do adulto. O mesmo certamente acontece com o adolescente e com o adulto, pois as dificuldades características destas fases serão enfrentadas e resolvidas sem o estresse da preponderância da sua condição de deficiente visual. Isto é: Mariana antes de ser cega, é uma criança; Marcelo, um jovem acima da sua deficiência visual e Pedro, um adulto apesar da sua visão reduzida.
movimento representa uma importante ação interventiva para a concretização destas possibilidades e torna-se um elo significativo entre a organização, conhecimento e valorização da pessoa com deficiência visual e das demais pessoas que com ele convivem. Este processo, se adequadamente conduzido e entendido, irá provavelmente ocorrer de forma recíproca porque a pessoa em movimentoage e interage com seu ambiente, explora e descobre o mundo, estabelece comunicações e intercâmbios, elabora conceitos e atitudes e constrói o conhecimento.
Desta forma, os benefícios que o movimento desencadeia no indivíduo com algum comprometimento visual vão para além daqueles de origem fisiológica, estética ou motora: raciocínio, afetividade, emoções, postura social e ética são igualmente conhecidos e assimilados com e no movimento, em suas diversas formas. O caminhar é, para aqueles que não apresentam uma deficiência motora impeditiva, um movimento natural no ser humano. Contudo, este movimento espontâneo nem sempre está presente de modo natural e simples porque, muitas vezes, o portador de deficiência visual pode encontrar-se desorientado e sem referências para a realização do mesmo ou, então, não ter o conhecimento desta possibilidade corporal e o desenvolvimento desta habilidade.
Sua orientação no espaço, seja em relação ao ambiente, objetos e pessoas que nele estejam presentes, assim como dos possíveis trajetos, é algo marcante. A criança, o adolescente ou o adulto com deficiência visual têm plena capacidade para desenvolver habilidades motoras e mentais desde que a ele sejam oferecidas informações e oportunidades para aprendizagens e vivências, ou seja, desde que a ele seja possibilitada uma vida sem preconceitos, tabus ou fantasias, gerado muito mais na imaginação dos outros do que nas suas reais dificuldades.
Um dos mais importantes tabus, até aqui mantidos pelas pessoas que enxergam, é o de que uma criança cega ou com visão subnormal deve permanecer protetoramente limitada a um espaço físico seguro, livre de qualquer possibilidade de arranhões, quedas, tropeços, batidas ou qualquer outro risco, como se este não fosse o dia-a-dia de uma criança com ou sem comprometimento que brinca, explora o ambiente, se conhece e reconhece nas atividades. Todos os pais e profissionais ficam muito preocupados em dar à criança condições para engatinhar, dar os primeiros passos e se movimentar em seu quarto. Mas, quando chega o momento em que esta criança quer conhecer por si mesma, como as outras crianças, outros ambientes e outras atividades, surge o medo, a proteção e pronto: a criança com deficiência visual aprende a ter medo do mundo porque os adultos lhe ensinam este medo e, sem perceber, as prejudicam porque incutem nelas o receio, a passividade e a falta de iniciativa, que certamente vão lhe dificultar seu pleno desenvolvimento, felicidade e realização.
Quando chega este estágio, muitos pais e profissionais ficam pensativos, consideram que deveriam ter assumido outra postura e comportamento com estas crianças desde a infância, porém, do dia para a noite ninguém modifica situações que deveriam ter sido resolvidas em outra época, em outro momento e que, no presente, somente atrasos e prejuízos sinalizam esta omissão. As comparações certamente começam a acontecer porque os reflexos da superproteção ou da indiferença as distanciam muito mais das outras crianças, uma vez que estas deixam suas casas para ingressar na escola, na comunidade, na igreja, no clube e em tantos outros ambientes sociais e não são isoladas. Esta comparação não acontece somente a partir dos pais e dos profissionais: pior, as próprias crianças, adolescentes e adultos se comparam e percebem que algo limitativo existe, um algo que elas não entendem e que talvez lhes pareça intransponível porque nelas foi paulatinamente instalado a restrição, o receio de ousar algo, modelando suas atitudes, movimentos e idéias.
Pais e profissionais parecem subitamente dar-se conta que um dia poderão afastar-se temporária ou permanentemente destes indivíduos, que necessariamente precisam dar continuidade a sua existência de alguma forma. Então, passam a dotar comportamentos e desejam que magicamente os atrasos e os prejuízos acumulados durante a infância e a adolescência sejam transformados em habilidades e capacidades. Surge então repentinamente a reglete e o punção, a bengala e todos os afazeres da vida diária, como que se até este dia nada disto existisse e como que se a realização de atividades não tivessem sua construção ao longo do tempo! A escrita e leitura braille, a organização espacial e o deslocamento do indivíduo no ambiente requerem o desenvolvimento de habilidades específicas e, de modo algum, estão sujeitas somente à idade ou ao momento da vontade dos pais e dos profissionais, porque a confiança no seu corpo e no potencial que possui são gradativamente conquistados pela criança, pelo adolescente e pelo adulto.
É comum o processo de Orientação e Mobilidade ser confundido com a aprendizagem apenas do uso da bengala, quando tal processo envolve tantas outras estratégias e recursos. Mas então o que é Orientação e Mobilidade? Orientação e Mobilidade (OM) é uma atividade motora e pode ser definida como um processo amplo e flexível, composto por um conjunto de capacidades motoras, cognitivas, afetivas e sociais e por um elenco de técnicas apropriadas e específicas, que permitem ao seu usuário conhecer, relacionar-se e deslocar-se de forma (in)dependente e natural nas mais diversas estruturas, espaços e situações do ambiente.
As estratégias e recursos mais utilizados na Orientação e Mobilidade são o guia-humano, a auto-proteção, a bengala e o cão-guia.

Método Dependente de Locomoção ou Locomoção com 

Guia-humano.

método dependente de locomoção ou locomoção com o guia-humano é empregado quando a pessoa com deficiência visual:
  1. está, momentanea ou permanentemente, impossibilitada física, psicológica ou socialmente de utilizar a bengala;
  2. está na fase inicial da aprendizagem das técnicas de OM e da locomoção independente;
  3. encontra-se em situações nas quais somente o uso da bengala não é recomendado ou, então, em condições eventuais como, por exemplo, travessia de uma rua movimentada, estrago ou extravio da bengala, acomodação em cinema ou teatro.
Este método oferece à pessoa com cegueira ou visão subnormal, quando o guia é hábil e conhecedor das estratégias, a condição imediata de locomoção segura e eficiente no espaço e favorece, a ela, a captação de informações sobre este ambiente. No entanto, é importante que o guia-humano considere-se e seja considerado apenas como uma extensão dos sentidos tátil e cinestésico do indivíduo comprometido visualmente, com exceção da sua atuação na fase infantil porque ele tem também a função de apresentar e nomear o mundo e seus objetos para a criança. Em nossa opinião, guia-humano e indivíduo cego devem adotar um comportamento que não venha subestimar, supervalorizar ou sobrecarregar com funções e responsabilidades a qualquer um deles e, também, que as pessoas que se disponham a servir como guias realizem um treinamento em OM, pois existem técnicas específicas para diferentes comportamentos e situações.
As técnicas de proteção permitem ao indivíduo cego o deslocamento autônomo dentro de um espaço conhecido, não assegurando a detecção de mudanças de níveis no ambiente. Com a utilização da própria mão e antebraço, o indivíduo aprende a realizar a proteção do seu rosto, porção superior e porção inferior do seu tronco em relação a possíveis obstáculos, acidentes e perigos. Neste treinamento, são incluídas técnicas para a própria proteção do indivíduo e, inclusive, para a proteção de outras pessoas, especialmente em relação a outras pessoas com deficiência visual, como, por exemplo, utilizar, sempre que possível, o trajeto pelo seu lado direito.

Locomoção Independente e a Bengala.

A bengala longa, símbolo universal da deficiência visual, identifica seu usuário como portador de cegueira ou visão subnormal , podendo ser considerada um auxílio e sinalizador efetivo e eficiente delocomoção independente. Combinada com as técnicas específicas de mobilidade e as do seu funcionamento, a bengala representa para uma pessoa com deficiência visual, entre outros benefícios, a extensão dos seus sentidos tátil e cinestésico, segurança, proteção e meio informativo sobre a natureza e condições do solo e de alguns obstáculos do ambiente. Autores referem também que o uso da bengala estimula o intelecto de uma pessoa portadora de deficiência visual, pois lhe obriga a raciocinar sobre a forma de resolução dos problemas que possam ocorrer durante seus deslocamentos.
A bengala não tem uma função ortopédica ou de sustentação, mas de proteção, orientação e detecção das informações ambientais captadas por sensações táteis e percebidas pelos receptores localizados na mão do indivíduo cego, sendo enviadas ao seu cérebro. Portanto, a bengala longa (ou de Hoover, seu criador) ou a articulada têm a função de aumentar o alcance da perna e do braço de um indivíduo cego. Seu material é geralmente formado por uma liga de alumínio e o seu comprimento compreende a distância, na linha vertical, entre o solo e a base do osso do peito chamado esterno*. É importante que esta medida seja adotada sempre que uma nova bengala seja adquirida, pois se não for respeitada a altura deste instrumento em proporção a altura do portador de deficiência visual, graves comprometimentos nos músculos e articulações podem acontecer.
O treinamento no uso das técnicas específicas da bengala pressupõe o treinamento na utilização de todos os sentidos remanescentes e deve ser ensinado por um instrutor ou professor especializado em suas técnicas, pois, de acordo com Carroll (1968), seu uso se tornará mais nocivo do que a falta da mesma, se não houver uma orientação correta. Além disto, acreditamos que um profissional habilitado terá melhores condições de realizar uma avaliação e, nela, detectar alterações que talvez não estejam diretamente relacionadas à mobilidade do indivíduo mas que, de alguma forma, prejudiquem esta atividade.
A introdução da bengala na vida de uma criança, adolescente ou adulto pode acontecer de maneira formal ou informal, dentro de brincadeiras ou atividades pedagógicas específicas, uma vez que nem sempre estes indivíduos estão motora e emocionalmente preparados para o seu uso. Muitas vezes, uma criança precisa de um instrumento que ainda não deve possuir as características da bengala utilizada pelo adolescente ou pelo adulto, pois necessita de uma base de sustentação maior: tal como quando as crianças caminham com os seus pés mais afastados para terem maior equilíbrio. Em outras situações, o fato da pessoa se deparar com buracos, árvores e outros obstáculos, pode fazer com que ela desista de utilizar a bengala, se ela não estiver bem estimulada, estruturada emocionalmente e com domínio das técnicas da OM, porque a frustração e o constrangimento gerados pelas colisões, intromissões e situações imprevistas parecem ser elementos que deixam uma pessoa confusa, insegura e desmotivada.

Locomoção com Cães-guia.

O cão guia representa outro recurso de OM, mas exige do seu usuário idade própria, conhecimentos prévios de OM e condições para a realização dos cuidados e manutenção da sobrevivência, saúde e higiene do cão. O uso deste recurso não é recomendado para crianças, pois a tendência para brincadeiras com este animal é intensa nesta fase e a criança tem dificuldade para entender que o cão está ao seu lado para desenvolver um trabalho de orientação e facilitação da sua mobilidade e não para brincar.

Conclusão.

As principais funções dos recursos e instrumentos de mobilidade, como prolongamentos da sensibilidade de uma pessoa com deficiência visual, são de proporcionar a ela um deslocamento sem colisões ou quedas e, no caso específico da bengala, de percepção e antecipação daquilo que se encontra em seu trajeto. A participação da família neste processo é de grande importância, pois no ambiente familiar a criança, o adolescente e o adulto vivenciam as experiências próprias da sua realidade com maior naturalidade e destreza. Especificamente em relação à bengala, acreditamos que ela deva fazer parte dos brinquedos de uma criança para que, no dia-a-dia, ela tome contato com este instrumento, se familiarize com ele e o inclua em seu esquema corporal.
A aprendizagem e uso da Orientação e Mobilidade pode trazer ao indivíduo muitos benefícios para sua qualidade e estilo de vida, desde sua fase infantil e até a adulta, como independência, segurança, auto-confiança, integração, contato social, privacidade, oportunidade de trabalho, conhecimento real dos objetos, ambientes físicos e eventos sociais, condicionamento físico etc.
Por tudo que foi explanado até agora, podemos facilmente compreender que existe uma nova forma de compreender a cegueira ou a visão subnormal de qualquer indivíduo e que um conjunto de alternativas está à disposição destas pessoas, das suas famílias e dos profissionais para que a facilitação da orientação e dos deslocamentos do indivíduo com deficiência visual aconteça. O importante, antes da escolha destas possibilidades, é não negar o comprometimento visual da criança, do jovem ou do adulto, seja ele você mesmo, teu filho ou teu cônjuge. A aceitação do indivíduo como ele se apresenta é importante para que, juntos, decisões para a continuidade da sua vivência como cidadão e participante da sociedade possam ser tomadas.
O fato de alguém apontar o caminho, mostrar as possibilidades e acompanhar o início de uma nova etapa de vida não significa superproteção, porém, o excesso de cuidados, de exigências ou de limitações pode sufocar o desenvolvimento e o bem-estar de qualquer indivíduo.

Bibliografia:

  • CARROLL, Thomas J. Cegueira: o que ela é, o que ela faz e como conviver com ela. São Paulo [s.n.] 1968. 351p.
  • HOFFMANN, Sonia B. Orientação e mobilidade: um processo de alteração positiva no desenvolvimento integral da criança cega congênita - estudo intercultural entre Brasil e Portugal. Porto Alegre, 1998. XIV, 182f. il. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Escola de Educação Física. Mestrado em Ciências do Movimento Humano, 1998.
  • HOFFMANN, Sonia B. Benefícios da Orientação e Mobilidade: estudo intercultural entre Brasil e Portugal. Benjamin Constant, Rio de Janeiro, ano 5, n.14, p.11-16, dez. 1999



"E guardemos a certeza pelas próprias dificuldades já superadas que não há mal que dure para sempre." (Chico Xavier)


Elaine de Almeida Eleutério/ Set. 2014

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Soroban: calculadora para pessoas com deficiência visual.


Este vídeo ensina alguns passos para aprender a somar e subtrair utilizando o Soroban! São dados exemplos e algumas regras de como realizar os cálculos.
                                                        
Breve histórico sobre o Soroban 

        O SOROBAN

O ábaco japonês utilizado pelos orientais é conhecido pelo nome de Soroban.
O Soroban é um instrumento utilizado para cálculos matemáticos e, apesar de ter sua origem ligada aosjaponeses, foi criado na China e levado ao Japão no século XVII.


Cada coluna possui 5 pedras chamadas contas. A primeira conta de cada coluna, localizada na parte superior, representa o número 5 enquanto as 4 contas inferiores representam 1 unidade cada.
Da direita para a esquerda, cada coluna representa uma potência de 10. Iniciando em unidade, dezena, centena, milhar, etc.
Técnicas aperfeiçoadas permitem que oSoroban seja utilizado para cálculoscomplexos de adição, subtração,multiplicação, divisão e raiz quadrada.
O uso do Soroban permite que as pessoas desenvolvam habilidades mentais relacionadas ao raciocínio matemático e à concentração como:
·         Memorização de informações, principalmente números
·         Visualização e criatividade
·         Observação
·         Pensamento rápido
·         Cálculo mental


Aula prática do curso de DV/2014

O soroban é um instrumento retangular, com uma régua de numeração que divide o aparelho em dois outros retângulos, um na parte inferior e outro na superior. Na régua de numeração existem pontos salientes que separam as ordens das unidades, dezenas e centenas de cada classe.

Contem também hastes ou eixos a qual se movimentam as contas. Em cada haste da parte superior do instrumento contêm uma conta e, na parte inferior, quatro contas. Internamente possui uma borracha compressora que impede que as mesmas deslizem facilmente

É um ábaco, assim como você provavelmente conheceu ainda criança, nos primórdios da sua educação, para aprender a contar. Mas é um ábaco japonês, diferente, com apenas cinco contas, ou pedrinhas (como preferir chamar agora) em cada ordem numérica.



Foto do 2º módulo do curso sobre deficiência visual - GV/MG

O seu uso sofreu uma série de aperfeiçoamentos que geraram técnicas extremamente rápidas para executar qualquer cálculo: adição, subtração, multiplicação, divisão, raiz quadrada e outros.
A parte mais interessante e intrigante com certeza é o uso da mesma técnica para fazer cálculos mentais. Treinando as operações no Soroban, vai-se aos poucos adquirindo as mesmas habilidades para fazer cálculos mentalmente de algarismos enormes, para os padrões ensinados nas escolas.


                       Foto: Depois do cálculo no soroban transfere a operação para o braille(2º módulo)
O SOROBAN NO BRASIL
 soroban chegou ao Brasil  no início do uso do soroban por pessoas cegas ou com baixa visão (visão sub-normal), nos anos 40 e 50, veio melhorar o trabalho matemático antes feito no cubaritmo realizado por essas pessoas, consistindo em uma grade onde são colocados cubos com os números em braille. As contas são montadas como em tinta, como usualmente utilizada por pessoas sem deficiênc
O principal divulgador do soroban no Brasil foi o professor Fukutaro Kato, natural de Tókio, Japão e conhecedor das diversas áreas das ciências econômicas e contábeis a partir do ano de 1956.

Joaquim Lima de Moraes, após perder a visão em conseqüência de uma miopia progressiva, foi o primeiro brasileiro a se preocupar com o modo de calcular que os cegos dispunham. Foi então que Moraes conheceu o soroban, um instrumento de custo acessível e que trouxe facilidade e mais rapidez para a realização de cálculos por pessoas cegas.
Em seus primeiros contatos com o aparelho, Moraes percebeu que as contas nos eixos deslizavam com muita facilidade e que seria difícil para uma pessoa cega manipulá-lo com o toque dos dedos.

Em seus estudos com seu aluno e amigo José Valesin, adaptou o soroban introduzindo uma borracha compressora e pontos salientes ao longo da régua, a qual resolveu a dificuldade dos cegos em manipular esse aparelho.


Elaine Eleutério/set. 2014 ( Texto informativo retirado de várias fontes)

Para saber mais sobre o soroban e sua aplicação indicamos a leitura do caderno "Pré-soroban" disponibilizado pelo MEC

sábado, 13 de setembro de 2014

INCLUSÃO SEM AFETO É EXCLUSÃO


O afeto é científico: ao consumar o afeto, o cérebro recompensa o corpo por meio da liberação de impulsos químicos que trazem a sensação de prazer e de alegria. Ser afetivo não é ser adocicado. Ser afetivo é utilizar no anfiteatro das emoções um eficaz e real instrumento pedagógico que funciona como mediador da aprendizagem, trabalhando a memória e a cognição. Em termos práticos, é trazer para o campo da educação o interesse e o amor dos atores da escola. Um aluno que ama aprender, aprende melhor; um professor que ama ensinar, ensina melhor.
  Oração do aluno especial


                                                            
Senhor, tua criação é perfeita. Todos os dias podemos contemplar o milagre da vida se renovando. Tudo acontece de novo e tudo é absolutamente novo.Cada ser que habita o universo surge com suas características próprias.Não há no mundo duas criaturas idênticas, e quanto mais se desenvolve e convive com outras pessoas, vão ganhando um novo jeito de ser e de existir.
Tua criação é perfeita, e nessa perfeição, convivemos com aqueles que têm diferenças. São pessoas que ouvem menos ou nada ouvem, que enxergam pouco ou não enxergam, que não falam ou falam de tantas outras maneiras, que nascem ou desenvolvem um tipo de limitação que atinge alguns de seus órgãos, isso não o que fazem menores ou menos belos, são apenas diferentes.E diferentes são todos aqueles que se aventuram nessa jornada da existência humana, alguns escolhem ser chamados de pessoas com necessidades especiais, e eles têm, sim, necessidades especiais, e que todos nós temos que precisam ser supridas de alguma maneira e somos carentes. 





Todos nós carecemos de atenção, ternura e afeto, carecemos que outros humanos enxerguem em nós possibilidades, muitas vezes pessoas que nos confundem com patinhos feios, mas convido a mirar nossa imagem no lago onde somos cisnes.Não somos feios ou esquisitos, somos diferentes grupos que não podiam perceber nossa diferença e nossa beleza. Somos belos todos nós... Cada um a seu modo, porém belos... Não carecem de pena aqueles que são limitados por algum motivo, não carecem de sentimentos mesquinhos, mas carecem de dignidade, aceitação e respeito, de espaço para que se sintam utéis e possam estudar e trabalhar e viver a sua intensidade da vida.Crianças com síndrome de down, como são carinhosas e autênticas. Quem as conhece, as ama e conta belíssimas estórias de amor e gostam tanto de abraçar, e cantam, dançam e riem, parecem não se deixar contaminar com disputas mesquinhas que separam as pessoas e ferem sentimentos. Quando, entretanto, essas crianças são rejeitadas, e não quiseram os pais entenderem que elas eram especiais por poderem conviver com essas jóias, porém o triste abandono.



 Os alunos que freqüentam as escolas, as crianças que se alvoroçam diante do novo, elas não são preconceituosas, com certeza saberão conviver com o diferente de forma solidária. Como é bonito perceber o intuito de presença e solidariedade dos colegas que se dispõem a empurrar a cadeira de rodas, ajudar aqueles que mesmo cheio de luz não conseguem enxergar o seu material. É assim que o tempo se torna seu grande aliado da aprendizagem para todos. Porém para todos aqueles que são capazes de aprender...Tua criação é perfeita senhor... E nessa perfeição percebemos as diferenças convivendo com as barreiras, as que existem são simples de serem transpostas, as mais difíceis são aquelas que teimam em habitar as almas dos que se sentem superior. Triste sentimento, mas a ausência dele... Triste discurso dos pais e mães que, ignorantes de amor, ensinam os filhos a tomarem cuidado com tudo o que for diferente... Diferente por ter outra cor ou cabelo, que vive em outro Estado ou país ou por comungar de outra religião, ou menos dinheiro no banco.Esses pais são verdadeiramente cegos e surdos de espírito, tem todos os sentidos e por sua vez não tem o menor sentido. Tua criação é perfeita, senhor... É nessa harmonia que faço essa oração e que ninguém se sinta excluído, diminuído ou marginalizado... Que ninguém se sinta sozinho por falta de amor. Que ninguém se dê ao direito de magoar e que ninguém seja magoado. Tua criação é perfeita, senhor... E nessa criação eu agradeço o dom da sensibilidade de perceber que é muito bom viver no mundo dos indiferentes.Isso nos faz mais humanos e sensíveis e felizes. Isso nos faz sentirmos sensível a tua presença em nós, e a cada instante em nossas vidas.
Amém.
(Gabriel Chalita)


As imagens apresentadas são projeções de palestras sobre inclusão escolar ministradas por Elaine Eleutério.





Curso básico sobre deficiência visual - 1º módulo em Governador Valadares - MG \ MEC

Texto: “A insustentável leveza do braille”

Foto do curso (Elaine)
“O sistema braile é universalmente associado à falta da visão e, como símbolo de cegueira, desperta curiosidade, fantasias e sentimentos. Para as pessoas que não conhecem essa modalidade de escrita e leitura, ao primeiro contato, o braile representa apenas pontos bordados no papel, um conjunto de grãos ou de caroços esculpidos em uma superfície lisa, um código indecifrável, uma incógnita, um mistério, uma espécie de hieróglifos... Para as pessoas cegas, representa uma alternativa que amplia as possibilidades de informação, um dispositivo emancipatório e desafiador.

Foto do curso (Elaine)
Confecção do sistema braille em EVA 

A assimilação do braile em minha experiência pessoal caracterizou-se por um movimento dúbio e hesitante de aproximação e recuo, impregnado de sentido de perda. Nasci com acuidade e campo visual reduzidos e utilizei recursos ópticos que me possibilitavam o reconhecimento de cores, imagens e objetos próximos dos olhos. Tratava-se de um resíduo visual mais ou menos estável durante a infância e a adolescência; este resíduo esvaiu-se progressivamente e de forma irreversível na idade adulta, apesar de minhas tentativas no sentido de preservá-lo. A perspectiva do braile, neste contexto, representou uma ameaça que pesava como chumbo, causava tensões, ansiedades e sentimentos ambivalentes. Era como se fosse um veredicto, um atestado, uma rendição definitiva ao estado de cegueira, aquela cegueira anunciada contra a qual lutei até a inevitável derrota.
Nem todos alcançavam esta dimensão conflituosa do braile em um momento crucial de minha vida. Por isto, era difícil conviver com as pressões e críticas abertas ou veladas dos que mostravam as vantagens e os ganhos desta aquisição e questionavam meu aparente desinteresse ou a resistência em relação ao aprendizado deste sistema. Entretanto, não convém impor o braile como se fosse um paliativo emergencial ou a mera instrução mecânica de uma técnica redentora que pode ser assimilada automaticamente diante da privação do sentido da visão. Assim, tive que vencer alguns traumas e fantasmas para fazer aflorar o desejo de aprender o braile.
As primeiras tentativas foram desanimadoras, pois a tensão muscular e a fadiga faziam-me desistir temporariamente. O código braile é simples, objetivo, lógico e facilmente compreensível. Difícil é a morosidade da escrita e a assimilação da leitura tátil que foi árdua, tediosa e lenta; produzia dormência e formigamento nas mãos e nos braços, o que tornava a posição dos pontos sob o tato de difícil discriminação. Ao escrever, apertava o punção como se fosse perfurar uma superfície rochosa. Mesmo assim, insistia quase diariamente, ainda que por pouco tempo, consciente da necessidade e não pelo prazer de aprender. O prazer veio depois, quando consegui decifrar, sem sacrifícios, aquele denso pontilhado aparentemente desprovido de sentido.
Ao concluir o curso, alguns meses depois, percebi que seria necessário aprimorar a técnica de leitura para alcançar uma maior agilidade e destreza tátil. Então, tratei de unir o útil ao agradável, ao associar o treino do braile à aquisição de novas habilidades e conhecimentos. Por exemplo, usei o braile para aprender noções de inglês e ainda uso para exercitar o espanhol por meio de publicações editadas por instituições internacionais. Recentemente, entrei em contato com o esperanto através do braile. Costumo levar uma revista ou um livro de literatura para ler em hotéis, aeroportos, ônibus e aviões durante minhas viagens.

SÁ, Elisabet Dias. A Insustentável leveza do Braile. In: ANAIS DO PRIMEIRO SIMPÓSIO BRASILEIRO SOBRE O SIS­TEMABRAILLE SEESP/MEC - Secretaria de Educação Especial / Ministério da Educação. Disponível em : http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=11117


                                                                       Foto do curso (Elaine)

Depoimento de um surdocego e a Educação Inclusiva

“Meu nome é Cristian Elvis Fernandes e neste artigo relato meus caminhos na inclusão.
Sou filho de um casal de primos de primeiro grau e tenho retinose pigmentar há suspeita de que tenho Síndrome de Usher, que é uma doença genética com perda auditiva e perda visual gradativa. Hoje possuo apenas 5% de visão e 50% de audição; sendo assim, no ouvido direito tenho perda severa e no ouvido esquerdo perda moderada.
A minha vida estudantil se iniciou no ano de 1984 quando eu e a minha família nos mudamos de Osasco para Bauru, São Paulo. Logo ao chegarmos na cidade a minha avó materna procurou a Diretoria de Ensino para localizar a sala de recursos D.V.. Ao chegar, ficou sabendo que a sala de recursos seria fundada dentro de 6 meses. Após os 6 meses fui matriculado na sala de recursos que se localizava na E.E. Rodrigues de Abreu que tinha uma Pedagoga especializada em deficiência visual, eu estudava nessa sala no período da manhã, e no período da tarde eu freqüentava a 1º série na escola regular adventista.
Com o auxilio da Pedagoga especializada eu sempre tirei as boas notas. Devido à minha deficiência visual e também na época não existia o recurso tecnológico, a Pedagoga tinha que transcrever todos os meus livros de leitura em uma folha branca com um pincel hidrocor e assim pude chegar até a 4ª série.
Quando cheguei na 5ª série tive algumas dificuldades com a divisão de matérias; a escola adventista me fez a sugestão de cursar o supletivo das séries ginasiais no CEESUB (Centro de Ensino Supletivo). Sendo assim, estudava os módulos na sala de recursos e ia no CEESUB para fazer as avaliações.
No início do ano de 1996, eu ganhei uma bolsa de estudos para cursar o ensino médio na capital de São Paulo no Instituto Adventista de Ensino. Para eu morar fora de casa tive que enfrentar alguns desafios, mas ao mesmo tempo, foram momentos muito oportunos para a minha independência. Além do Ensino Médio, no ano de 1997, fui agraciado com uma bolsa da Entidade Solidária, para fazer um curso de Informática para deficiente visual na LARAMARA (Associação Brasileira de Apoio ao Deficiente Visual).
No final do ano de 1999, prestei o vestibular para o curso de Psicologia na Universidade do Sagrado Coração[30]–Bauru (São Paulo) e fui aprovado. Cursei Psicologia até o final do ano de 2002, mas por ter tido mais perda visual e auditiva comecei a perder muito conteúdo na sala de aula e, como sempre estava envolvido com a área da educação, no inicio de 2003, passei a cursar Pedagogia. A Universidade do Sagrado Coração é de caráter filantrópico, sendo assim, ela vem procurando proporcionar inúmeros benefícios para a melhoria da qualidade do ensino dos alunos universitários portadores de necessidades especiais. Com apoio da CORDE e a mobilização dos alunos, a Universidade criou um centro de estudos na biblioteca totalmente equipado com recursos tecnológicos para pesquisas, trabalhos acadêmicos desses alunos. Os materiais tecnológicos que possuímos são: computador com sintetizador de voz, impressora em Braille, máquina de datilografia Braille e Lupa eletrônica de ampliação de textos. A universidade também vem me proporcionando uma monitora, ou seja uma aluna do mesmo curso, que me auxilia durante 16h semanais. A universidade oferece um desconto nas mensalidades dela e, em troca, ela me auxilia nas leituras e nos trabalhos acadêmicos. O nome da minha monitora é Silvia Carla Lopes. Ela tem demonstrado ser uma pessoa muito esforçada e dedicada, e desde que ela começou a me auxiliar, os meus rendimentos acadêmicos melhoraram uns 70%. No exato momento estou cursando o 3º ano de Pedagogia e minhas notas vêm sendo excelentes. Para melhorar os meus rendimentos em sala de aula, eu utilizo um aparelho que se denomina Loops, que funciona como um amplificador de som e voz, assim posso compreender melhor as aulas e as palestras dos meus professores da universidade. Esse aparelho é sueco custa 3.200,00 dólares consegui por meio da ABRASC, Associação Brasileira de Surdocegos, da qual sou membro.
Ao concluir meu depoimento, gostaria de dizer que quando se tem um sonho e um objetivo na vida, não é pelas deficiências que devemos deixar de lutar por eles. Quando buscamos alcançar um alvo ou mesmo a conclusão de um curso superior e uma vaga no mercado de trabalho tendo muita perseverança, persistência e com o apoio da família e da sociedade no final conquistamos. Gostaria de lançar um desafio ao MEC e aos Reitores e Reitoras das universidades: tome o centro de estudos da USC como um exemplo e que, em cada Universidade que tiver um aluno universitário portador de necessidades especiais, venha a ser criado um centro como esse. O auxílio de monitores melhorará a qualidade de ensino e de vida desses educandos tão especiais.”

[29]FERNANDES, Cristian Elvis. Quando se tem um sonho e um objetivo na vida, não é pelas deficiências que devemos deixar de lutar por eles. [depoimento online].Disponível em:http://www.saci.org.br/index.php?modulo=akemi¶metro=14188>.dez.2004.
[30]Universidade do Sagrado Coração. Disponível em :http://www.usc.br/>.

                                         Confecção da poesia "As borboletas"   Vinícius de Morais -Foto do curso (Elaine)

A responsabilidade dos pais na educação dos filhos e o compromisso que cada m fez com DEUS.



                                                                   PARA REFLETIR!

[...] Vocês, como pais, como professores, têm de conquista a admiração de seus filhos, de seus alunos. Eles exigem, urgentemente, um modelo alternativo. Ensinem-os a pensar. Ajudem a eles a questionar o que veêm, não apenas a deglutir. Mostrem-lhes o processo que vocês seguem para resolver positivamente os dilemas da vida. Isto despertará também neles admiração por vocês. Cultivem a beleza e a ordem no lar e na escola, no vestir, no falar. Consigam que se decidam pela beleza mediante a prática de Hobbes. Compartilhem com eles os conteúdos de bons livros, de bons filmes, e depois discutam com eles. Interroguem-os como eles haveriam de escrevê-los, ou se fariam estas coisas diferentemente. (“HERNÀNDEZ”, 2010 “p.23”


Ensinarás a voar, mas não voarão o teu vôo. Ensinarás a sonhar, mas não sonharão o teu sonho. Ensinarás a viver, mas não viverão a tua vida. Porém em cada vôo, em cada vida, em cada sonho, sobreviverá para sempre a marca do teu pé no caminho ensinado. (“ CALCUTÀ apud HERNÀNDEZ”, 2010 ,”p. 88” )