terça-feira, 4 de novembro de 2014

Estimulação visual

A ESTIMULAÇÃO VISUAL

visão é o motor que impulsa o desenvolvimento psicomotriz nos primeiros anos de vida da criança.É o sentido pelo qual se consegue perceber o mundo exterior que se relacionam com ele. Tudo o que se enxerga é fruto da tradução, feita pelo cérebro, dos estímulos luminosos que atingem os nossos olhos.

A visão é a que mantem a  hierarquia dos sentidos e ocupa uma posição imprtante  no 
tange   à percepção e integração de formas, contornos, tamanhos, cores e imagens que estruturam a composição de uma paisagem ou de qualquer ambiente
.
Quando uma criança devido, a alguma alteração,  não atinge o desenvolvimento da eficiência visual de forma natural e espontânea, se faz necessária uma intervenção com estimulação visual. 

A estimulação visual consiste em utilizar a visão residual que a criança possui, proporcionando exercícios específicos que se baseiam no funcionamento visual com o objetivo de alcançar o mais alto desempenho possível desse resíduo visual. (AMCIP- Associação Mantenedora do Centro Integrado de Prevenção, [s.d.])

Uma criança com visão normal desenvolverá a capacidade de ver, de uma forma espontânea; sem embargo uma criança com baixa visão, na maioria dos casos, não o fará de forma automática, por isto se deve estimular visualmente por meio de um programa sistemático encaminhado a desenvolver suas funções visuais.

Para Fonseca; Lima (2004) a capacidade de ver e interpretar imagens depende principalmente da função cerebral. Assim como ocorre a maturação do sistema nervoso, o sistema visual também passa por transformações, evoluindo durante as primeiras semanas de vida, quando a retina, as vias ópticas e o córtex visual desenvolvem os contatos celulares, ocorrendo, portanto o processo seletivo durante o período crítico. A função, portanto, é necessária para o desenvolvimento típico do córtex visual e vias ópticas. Segundo Tartarella (apud NAKAHARA, 1997), todos os bebês nascem com uma visão baixa.

 A maturação do sistema visual se inicia após o nascimento e só se completa por volta dos oito anos de idade. Mas há uma época de maior plasticidade do sistema visual, o chamado "Período Crítico". Período crítico, idade plástica ou período sensitivo é o período da vida durante o qual as funções visuais podem ser modificadas por experiências visuais anômalas, é o período de maior plasticidade do Sistema Nervoso Central. (TARTARELLA apud NAKAHARA et al., 1997) 

Para Martín e Bueno (2003) o desenvolvimento do sistema visual em criança com baixa visão raramente se produz de forma automática e espontânea.

 O especialista em baixa visão, a família, bem como a própria criança devem auxiliar muito. Requer paciência, compreensão e boa comunicação. Sem embargo, o esforço realmente vale a pena, sempre lembrando que o limite é o infinito. A oportunidade e a possibilidade em usar as novas habilidades adquiridas dentro do contexto casa, escola e comunidade, representam um impacto direto na evolução da criança.

Devemos lhes dar a oportunidade de conhecer experiências totais, isto é, não só o verbal e tátil, mas também orientação espaço-tempo, e relações com respeito a sua autopercepção, a outros seres e outros objetos.

A estimulação visual está estreitamente relacionada com o desenvolvimento visual, pois consegue que uma criança consiga se interessar por seu entorno, queira explorá-lo e saber o que é.




Foto tirada no dia 03/11/2014 em Governador Valadares no 3º módulo de deficiência visual. Curso ministrado pelo MEC. Professora Jaqueline Pereira Peixoto.


segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Curso sobre deficiência visual - 2º e 3º módulo sobre deficiência visual - 04/11/14


                                              A Visão




“O Olho é uma espécie de globo, é um pequeno planeta com pinturas do lado de fora. Muitas pinturas: azuis, verdes, amarelas. É um globo brilhante: parece cristal, é como um aquário com plantas finamente desenhadas: algas, sargaços, miniaturas marinhas, areias, rochas, naufrágios e peixes de ouro. Mas por dentro há outras pinturas, que não se veem: umas são imagens do mundo, outras são inventadas. O Olho é um teatro por dentro. E às vezes, sejam atores, sejam cenas, e às vezes, sejam imagens, sejam ausências, formam, no Olho, lágrimas.”

Cecília Meireles


AVALIAÇÃO DO FUNCIONAMENTO VISUAL

          Aula ministrada  pela professora Jaqueline Pereira Peixoto    


O funcional visual é um comportamento aprendido: " quanto mais experiências visuais uma criança tiver , mais condutos cerebrais serão estimulados, o que dará lugar a uma maior acumulação de imagens visuais variadas e de recordações"(BARRAGA, 1986).

A avaliação é o passo intermediário de especial transcedência entre a detecção e a intervenção.  É relevante realizar uma avaliação transdisciplinar em que envolve a família, a escola, o oftalmologista e o ortoptista também.Sem uma avaliação exaustiva, é impossível um tratamento com sucesso.

LISTA DE OBSERVAÇÕES DO PROFESSOR: o ABC da dificuldade visual (José, 1988)



Aparência dos olhos do aluno:
1. Vesguear (para dentro ou para fora) a qualquer momento, especialmente quando está cansado.
2. Olhos ou pálpebras avermelhados.
3. Olhos aquosos.
4. Pálpebras afundadas.
5. Terçol freqüente.
6. Pupilas nubladas ou muito abertas.
7. Olhos em constante movimento.
8. Pálpebras caídas.

Sinais de possíveis dificuldades visuais, no comportamento:
1. Corpo rígido ao ler ou olhar para um objeto distante.
2. Inclinar a cabeça para a frente ou para trás ao olhar para objetos distantes.
3. Omissão de tarefas de perto.
4. Períodos curtos de atenção.
5. Giro de cabeça para utilizar um só olho.
6. Inclinação lateral da cabeça.
7. Colocação da cabeça muito próxima ao livro ou à carteira ao ler ou escrever; manter o material muito perto ou muito longe.
8. Franzir a sobrancelha ao ler ou escrever.
9. Piscar em excesso.
10. Tendência a esfregar os olhos.
11. Tapar ou fechar os olhos.
12. Falta de gosto pela leitura ou falta de atenção.
13. Fadiga incomum ao terminar uma tarefa visual ou deterioração da leitura após períodos prolongados.
14. Perda da linha.
15. Uso do dedo ou lápis como guia.
16. Leitura em voz alta, ou movendo os lábios.
17. Mexer a cabeça, no lugar dos olhos.
18. Dificuldades gerais de leitura: tendência a inverter letras e palavras, ou a confundir letras e números com formas parecidas (p. ex.: a e c, f e t, e e c, m e n, n e r) omissão freqüente de palavras ou tentativa de adivinhá-las a partir do reconhecimento rápido de uma parte.
19. Esbarrar em objetos.
20. Espaços escassos ao escrever, ou incapacidade para seguir a linha, inversão de letras ou palavras ao escrever e copiar.
21. Preferência pela leitura, em contraposição ao jogo ou às atividades motoras ou vice-versa.

Queixas associadas ao uso dos olhos:
1. Dores de cabeça.  2. Náuseas ou vertigens.
3. Ardor ou coceira nos olhos.  4. Visão turva a qualquer momento.
5. Confusão de palavras ou linhas. 6. Dores oculares.

Fonte: RUIZ, Maria Cristina Pérez; MOLINA, Diego Rando; BUENO, Maria Concepción Toro; & LARA, Rafael Torres. Diagnóstico e Avaliação do Funcionamento Visual. Deficiência Visual: Aspectos Psicoevolutivos e Educativos / MARTIN, Manuel Bueno & BUENO, Salvador Toro, 2003. Editora Aljibe, S.L. Livraria Santos Editora Ltda




No escuro é muito difícil e, às vezes, é mesmo impossível ver alguma coisa. É a luz que estimula o tecido nervoso dos nossos olhos e permite distinguir a forma, o tamanho, a cor, o movimento, a distância das coisas, etc. 
Os nossos olhos são quase esféricos e estão alojados nas cavidades orbitais da face. As paredes do globo ocular são constituídas por três membranas: a esclerótica, a coróide, e a retina.
*  membrana mais externa do olho, é branca, fibrosa e resistente;
*  mantém a forma do globo ocular e protege-o;
*  na região anterior e central do olho, a esclerótica, é fina e transparente e constitui a córnea.
Coróide:
*  reveste internamente a esclerótica, é escura e rica em vasos sanguíneos;
*  na região anterior do olho, ela tem um orifício circular, a pupila;
*  a faixa circular da coróide que rodeia a pupila é denominada de íris e pode ter uma cor azul, castanha, cinza ou verde;
*  por meio de dois músculos lisos, a íris regula o diâmetro da pupila;
*  quando a claridade do ambiente é pouco intensa, a pupila dilata-se para deixar entrar no olho o máximo de luz possível;
*  quando a claridade é demasiado intensa, a pupila contrai-se para impedir que o excesso de luz prejudique a visão.
Retina:
*  é a membrana mais interna do globo ocular, nela encontram-se células nervosas especializadas em captar os estímulos luminosos;
*  no fundo do olho está o ponto cego, insensível à luz, porque é o lugar por onde passa o nervo óptico;
*  esse nervo conduz os impulsos nervosos para o centro da visão, no cérebro;
*   na retina encontra-se, também, a mancha amarela e é nesta mancha amarela que se forma a imagem, no caso de uma visão normal. 

Antunes Maria do Céu * Rocha K. Dui

A CEGUEIRA E SUA COMPLICAÇÕES QUANDO NÃO HÁ ESTIMULAÇÃO NA IDADE CORRETA.
BREVE RELATO



ESTIMULAÇÃO SENSORIAL

A cegueira é um tipo de deficiência sensorial e sua principal característica é a ineficiência da aquisição da informação, neste caso o visual.
Caracteriza-se pela perda parcial ou total da visão que após melhor correção óptica ou cirúrgica limitem seu desempenho normal, acarretando a deficiência visual.
A percepção visual é a capacidade de interpretar a imagem que se recebe através do sistema visual. O cerébro deve exercitar sua capacidade de interpretação e associação, recorrendo à memória de outras imágens igualmente percebidas para dar nome, funcionalidade, sentido e direção ao recebido por ambos olhos.

 Segundo a definição médica da Organização Mundial da Saúde, tem cegueira a pessoa que apresenta acuidade visual inferior a 0.05 (referência tabela Snellen), em ambos os olhos, após a melhor correção óptica possível. Campo visual inferior a 20 graus. São consideradas pessoas com baixa visão ou visão subnormal, quando a acuidade visual está entre 0.05 a 0.3 em ambos os olhos, com a melhor correção óptica possível.

A baixa visão é uma condição em que há um comprometimento do funcionamento visual mesmo após a correção dos erros refracionais comum. A pobreza de atividades motoras impostas pela deficiência visual pode promover atrasos na aquisição de habilidades sensório-motora.
Diante do exposto, todos temos dificuldade em processar determinados estímulos sensoriais (um certo toque, olfato, paladar, som, movimento, etc) e todos temos preferências sensoriais.



Estimular é a palavra chave para o desenvolvimento da criança rumo à aprendizagem; proporcionando e oferecendo condições e meios para a criança se tornar pensante e capaz de adquirir sua identidade.
   Quando falamos em estimulação não estamos falando especialmente de uma área, mas sim do desenvolvimento 
global da criança;
 Essa estimulação deve ser desenvolvida no tempo certo e correspondente a idade da criançaElaine Eleutério/ 03/11/2014