Foto de uma apresentação de um seminário sobre o PDI
22/09/2012
PLANO DE DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL: um olhar diferente na AVALIAÇÃO DO ALUNO COM NEE
Nem especial, nem regular, nem pra "normais", nem pra "deficientes"...apenas educação, porque chegará o dia que educação será uma coisa só. Autor desconhecido
No meu entendimento estamos vivendo a era da Inclusão escolar , ou seja, o cerne da educação inclusiva no Brasil . Muitas conquistas já foram efetivadas e com muitas ainda a conquistar. Mas para fazer prevalecer a lei e concretizar as ações previstas nas leis vigentes é preciso que os sistemas educacionais e as escolas se organizem melhor para acolher a diversidade do novo alunado que adentra na escola.E necessário uma redimensionamento quanto à forma de organização e funcionamento, para poder atender plenamente a todos os alunos com equidade.
As mudanças se firmaram mais em 1994, quando o Brasil participou da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: Acesso e Qualidade, realizada em Salamanca, na Espanha, assume o compromisso de que, até o ano de 2015, garantirá o acesso de todas as crianças ao ensino fundamental, de forma gratuita e obrigatória. O governo compromete-se a transformar a educação brasileira em um sistema inclusivo, o que significa, em termos curriculares, que as escolas públicas devem ser planejadas, e os programas de ensino organizados, considerando as diferentes características e necessidades de aprendizagem do alunado.
Com base nas leis as crianças com deficiência passam a ter a garantia de
uma pedagogia diferenciada, capaz de identificar e satisfazer as suas necessidades, proporcionando-lhes condições de desenvolvimento e aprendizagem como todos os outros alunos.
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) reafirmar e fortalece o processo da educação inclusiva no Brasil. Esse documento prevê que as crianças com necessidades educacionais especiais também tenham o direito de receberem educação na rede regular de ensino, ou seja, é garantida a matrícula em escolas e classes comuns,independentemente de suas diferentes condições físicas, motoras, intelectuais, sensoriais ou comportamentais.
Os sistemas educacionais passam, assim, a enfrentar o desafio de construir uma pedagogia centrada no aluno, capaz de educar a todos. Hoje, não é o aluno com NEE que precisa se adequar aos sistemas de ensino, muito pelo contrário é a escola que é obrigada a fazer adequações necessárias para atender o aluno com NEE quanto à acessibilidade , adaptações curriculares e outras necessidades que ele precisa.
O papel do professor, numa escola que se pauta nos princípios de uma
Educação Inclusiva, é de facilitador no processo de busca de conhecimento que parte do aluno. O professor é quem organiza situações de aprendizagem adequadas às diferentes condições e competências, oferecendo oportunidade de desenvolvimento pleno para todos os alunos.
Desse modo, torna-se fundamental conceber o funcionamento e a organização da escola, bem como o ensino e a aprendizagem, sob novas bases epistemológicas. A escola constitui-se no lugar do “aprender” entendendo-se aqui a aprendizagem como processo de apropriação do conhecimento pelo aluno.
Plano de Desenvolvimento Individual (PDI)
O Atendimento Educacional Especializado oferecido pela sala de recursos
multifuncionais (tipo 1 e tipo 2) tem a incumbência de atender às necessidades educacionais especiais de cada aluno com deficiência ou transtorno global do desenvolvimento, proporcionando-lhe o acesso aos conteúdos curriculares desenvolvidos nas classes regulares. Nesse sentido, a ação pedagógica do professor da sala de recursos multifuncionais deve ser detalhadamente planejada de forma a suprir as necessidades educacionais de cada aluno, criando condições que proporcionam e favorecem a sua aprendizagem, superando as barreiras antes existentes.
Na escola denomina da inclusiva, o atendimento educacional realizado pelo
professor especializado na sala de recursos multifuncionais constitui-se em um
suporte fundamental para garantir a participação e aprendizagem do aluno com
deficiência ou transtornos globais do desenvolvimento, na classe comum.
Sua ação será delineada pelo Plano de Desenvolvimento Individual
Num sistema educacional denominado inclusivo, a avaliação não serve
apenas para mensurar o que o aluno não sabe, como ocorre na escola tradicional. Constitui-se em um instrumento que permite ao gestor e ao professor identificar a situação da escola, da sala de aula e dos alunos em relação às condições favorecedoras e às barreiras de aprendizagem existentes.
Afinal, a escola deve ser entendida como o lugar do aprender; para tanto, deve se adequar, se preparar para responder aos interesses e necessidades do seu alunado.
A escola é o palco Ideal para o encontro das diferenças.
A dinâmica lógica do PDI implica:
¢ Exercício contínuo do planejamento pedagógico, em conformidade com a Proposta Pedagógica da escola e as matrizes Curriculares de Ensino;
¢ A mediação do professor;
¢ Conhecimento e aplicação das estratégias de aprendizagem e de ensino;
¢ Orientações pedagógicas norteadoras pelas intenções educativas presentes nas Matrizes Curriculares de Ensino; (PCNs, CBCs e Propostas Curriculares do CA e CC , de todas as disciplinas) .
AS habilidades necessárias ao processo avaliativo do aluno com NEE, são:
Cognitivas e/ou metacognitivas; Motoras e psicomotoras; Interpessoais e/ou afetivos;
Comunicacionais; Língua portuguesa; Matemática; Língua portuguesa; História;
Geografia; Ciências.
O QUE NÃO DEVEMOS FAZER AO ELABORAR O PDI?
• Listar apenas algumas habilidades aleatoriamente sem uma conexão;
• Enfatizar apenas as habilidades que o aluno ainda não adquiriu, aparentando muitas vezes, que o “problema” é irreversível.
EX. “o aluno não conhece”, “não sabe”, “não realiza”, etc...
SUGESTÃO: Substituir por “ainda não conhece” ou “precisa desenvolver” ou “será necessário trabalhar”...
O QUE PRECISAMOS SABER?
• Que habilidades e conhecimentos foram trabalhados com o aluno?
• Quais os avanços que o mesmo vem demonstrando nestas áreas?
• Apresenta alguma área a ser melhor desenvolvida?
• Que sugestões você oferece neste sentido?
• Atividade? Jogos? Leituras? Que trabalhos você vem realizando junto aos alunos?
• Como o aluno se refere ao seu desenvolvimento neste período?
. Escrever as intervenções pedagógicas, ou seja, as ações que foram propostas para ajudar o aluno a sanar a dificuldade ou minizá-la.
O QUE É NECESSÁRIO ANALISAR:
APRENDER COM SENTIDO É UM PROCESSO ONDE O ALUNO CONSTRÓI SIGNIFICADOS
Elaine de Almeida Eleutério – professora do AEE / Especialista em Educação Inclusiva.
Referência Bibliográfica
BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para
satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtiem/Tailândia,
1990.
BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas
especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
LDB 9.394, de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
introdução aos parâmetros/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília:
MEC/SEF, 1997.
MANTOAN, M.T.E. (Org.). O desafio das diferenças nas escolas. Petrópolis, Rio de
Janeiro: Vozes, 2008.