Breve relato sobre a Libras
A língua de sinais existe desde 4.000 a.C, desde os greco-romanos, considerados seres humanos competentes, passando pela idade média, 476 d.C
e chegando a idade moderna. Em meados de 1453 em diante, foi iniciado na França
um trabalho educacional com surdos, por Ponce de Leon, considerado o primeiro
professor surdo da história.
Nossa sociedade é ainda dominada pelos ouvintes e falantes, contudo , há uma
parcela da população que são surdas, os quais até algum tempo atrás
não conseguiam compreender o outro em sua volta e nem ser compreendido.E, ainda foram vítimas da exclusão, pois não tinha uma
língua própria, reconhecida e que lhes possibilitasse sua inserção plena
ao meio.
No Brasil, a educação das pessoas com surdez teve início em 1857, ao ser fundada a primeira escola especial no Rio de Janeiro por um professor surdo francês, Ernest Huet, com o apoio de D. Pedro II, e que hoje tem o nome de
Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
O reconhecimento da Libras como língua oficial, leva os surdos do
Brasil, a escrever uma nova história, porém apesar dos avanços ainda há muitos
fatores que levam muitos surdos a serem excluídos socialmente, como nas
escolas, por não haver profissionais que o compreenda.
OBJETIVOS
A língua de sinais tem como objetivo
promover a comunicação entre as pessoas surdas e ouvintes. A Libras, após anos de lutas, foi oficialmente
reconhecida como segunda língua oficial do país, com a promulgação da Lei nº
10.436/02 e do Decreto n° 5.626/05, que propõe alterações nos currículos
dos cursos de licenciaturas e Fonoaudiologia, como isso a pessoa surda
passa a ganhar mais espaço na sociedade como cidadão. É necessário conhecer e
analisar a legislação no que tange a formação em Libras e como se dá aplicação
desta na educação de surdos, como é a realidade escolar de uma
pessoa surda após tantas modificações benéficas na legislação. A partir da
análise da legislação, da observação do trabalho de um educador com aluno
surdo, nota-se que há um abismo entre a lei e a realidade, devido à falta de
formação do professor em libras o processo de desenvolvimento dos alunos surdos
em alguns casos é comprometido. Verificou-se, que apesar dos avanços em nossa
legislação a realidade nas instituições de ensino com surdos permanece
inalterada, gerando exclusão. É necessário compromisso com a formação de
profissionais na área, para que assim o processo de inclusão de surdos seja
pleno.
Libras não é linguagem de sinais, não é gesto, não é mímica, Libras é uma língua,
pois, possui todos os elementos linguísticos necessário para ser considerada língua,
ela é composta pelos níveis linguísticos: fonológico, morfológico, sintático e o
semântico, o que a difere das demais línguas é ser visual-espacial
Comunicar com uma pessoa surda, sem usar a linguagem de sinais pode parecer difícil no começo, mas é possível. Existem diferentes níveis de surdez, existem algumas pessoas que são parcialmente surdo e depois há aqueles que são completamente surdo.
COMO COMUNICAR-SE COM
PESSOAS SURDAS
Ao encontrar um surdo , se você não sabe Língua de Sinais ,observe:
- Não precisa gritar;
- Posicionar-se na
frente da pessoa;
- Para chamar sua
atenção abane as mão no campo visual do surdo e/ou toque a pessoa gentilmente;
- Feito o contato
visual, olhos nos olhos, fale calmamente em tom de voz normal articulando bem
as palavras sem exagerar;
- Utilize a
comunicação visual, se você sabe, mesmo que poucos sinais, use-os! Não se
envergonhe de apontar, desenhar, escrever ou dramatizar.
Como utilizar os serviços de interpretação em Língua de Sinais
- Olhe para a pessoa
surda, use o discurso direto "tu, você". Não diga "pergunte a
ele.... "diga a ela..."; o interprete de Língua de Sinais não é
esperada a participação na conversa, ele esta ali para “emprestar” sua voz para
os surdos e sua sinalização para os ouvintes , portanto evite dirigir-se ao
interprete com comentários, pedidos de opinião ou sugestões. O interprete de
Língua de Sinais é um intermediador, a conversa é com o surdo;
- Em nenhuma hipótese
interfira no trabalho do interprete, por mais que você considere-se capaz em
Língua de Sinais. A decisão de como interpretar , a velocidade, em que posição
e em que momento cabe aos profissionais interpretes. As interferências
interrompem o processo mental e físico do ato de interpretar, nem sempre são
oportunas ocasionado a perda de informação.
É importante você saber também que nem todos os surdos fazem leitura labial
assim como nem todos utilizam a língua de sinais para comunicação, cada um
tem suas especificidades.
Elaine Eleutério - 30 de abril de 2013