II
Congresso de Práticas
Educacionais da Rede Pública de Minas Gerais
Educacionais da Rede Pública de Minas Gerais
“FORMAS
DE PENSAR E AGIR DO PROFESSOR NO COTIDIANO DAS ESCOLAS”
Escola: Escola
Estadual “Elza de Oliveira Lage
Diretor:
Denilson de Almeida Freitas
Rua:
Sálvia - 170 – Chácara Madalena– Ipatinga – MG
Superintendência
Regional a de Ensino de Coronel Fabriciano
O
QUE PENSAM OS PROFESSORES DOS ANOS FINAIS ACERCA DA AVALIAÇÃO DOS ALUNOS COM NEE
Autores:
Elaine de Almeida Eleutério
Denilson de Almeida Freitas
Foto 1 - Certificados das apresentações do texto e dos slides
INTRODUÇÃO
O presente relato de experiência apresenta os elementos que constituem a
estrutura de um processo de avaliação dos alunos com necessidades educativas
especiais (NEE) da escola Professora Elza de Oliveira Lage e os questionamentos
sobre a prática educativa e avaliativa dos professores no que se refere ao
processo de avaliação dos alunos com NEE do 6º ao 9º ano, inseridos na sala de
aula regular que difere completamente da sala de recursos.
Portanto, foi preciso discutir a avaliação como um processo amplo,
complexo e reflexivo através dos mecanismos que a constituem e das
possibilidades de diminuir o processo de exclusão causado pela ineficiência
metodológica de lhe dar com as deficiências dos alunos, em especial os alunos
com Paralisia Cerebral que também apresentam diferenças substanciais dentre
outras categorias.
Em relação a educação inclusiva Mantoan (2003),
afirma que
a educação inclusiva
preconiza um ensino em que aprender não é um ato linear, contínuo, mas fruto de
uma rede de relações que vai sendo tecida pelos aprendizes, em ambientes
escolares que não discriminam, que não rotulam e que oferecem chances de
sucesso para todos, dentro dos interesses, habilidades e possibilidades de cada
um.
Mesmo diante um trabalho
pedagógico inclusivo desenvolvido desde os anos iniciais, o fato é que os
alunos passaram a chegar ao 6º ano sem as habilidades referentes à leitura e
escrita com defasagem dos anos anteriores ou sem a manifestação de outras
habilidades que apresentavam e a escola não as percebia.
A meta da escola é garantir o
acesso e a permanência com sucesso dos alunos com deficiência mesmo diante das
implicações referentes ao currículo básico comum. Assim, todo o coletivo da
escola precisou repensar sua prática educativa e avaliativa, o que não foi fácil.
A proposta da ressignificação dos instrumentos de avaliação propiciou uma
intervenção e contribuição da equipe do AEE, dos professores de apoio na
perspectiva de valorizar as potencialidades de cada aluno no intuito de elevar
sua auto-estima e assim garantir a conclusão do ensino fundamental.
Neste caso, o foco de toda a nossa atenção nesse
estudo foram os alunos com NEE inseridos no ensino regular do 6º ao 9º ano e a
prática avaliativa. E, através de muitos questionamentos foi consensual por
parte de todos os docentes a necessidade de rever e atualizar os conceitos e as
práticas avaliativas tradicionais, normativas, padronizadas e classificatórias.
DESCRIÇÃO DA EXPERIÊNCIA
A inclusão, uma realidade na Escola Elza, é
abordada e questionada no espaço educacional com seriedade e responsabilidade. O
enfrentamento da ruptura de uma escola regular comum para uma instituição inclusiva
por parte dos docentes foi considerada normal para a equipe diretiva e a equipe
do AEE.
A princípio foi necessário um trabalho de sensibilização,
conscientização e de conhecimento das legislações vigentes nacionais e
internacionais. Acolher e preparar alunos com deficiência para que tenham
condições de desenvolver suas habilidades funcionais com autonomia é um dos
fatores principais da Inclusão, quiçá o principal.
Neste caso, a leitura da Lei de
Diretrizes e Bases (LDB) 9.394/96 esclarece que a avaliação deve ser vista como
um recurso para auxiliar o professor em sua prática educativa, prevalecendo à
qualidade da avaliação sobre a quantidade. Entretanto no que concerne a
avaliação, mesmo com as mudanças que tem se sido feito na escola ainda há muito
que avançar.
Todavia, a desqualificação dos profissionais que
atuavam com alunos com necessidades especiais e a ineficiência de estrutura
física da escola foram fatores preponderantes que podia barrar sucesso na
aprendizagem do aluno com NEE. Diante da problemática supracitada, a escola precisou
buscar estratégias, métodos, alternativas para romper com o tradicional para um
ensino que atenda a todos na escola na busca da igualdade e da equidade.
Por isso, a ideia de que a avaliação é medida através dos desempenhos quantitativos
dos alunos está fortemente enraizada no imaginário dos educadores e dos
aprendizes.
A Declaração de Salamanca na Espanha (1994) se apóia na Declaração
Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU, 1948)
explicita a compreensão de que todas as escolas deveriam acomodar todas as
crianças independentemente de qualquer
condição e ainda enfatiza que a escola tem de encontrar maneiras
de educar com êxito todas as crianças, inclusive aquelas com deficiências
graves.
O professor aos poucos percebeu que era necessário rever sua prática
para adequar a metodologia a ser usada e não ter receio de mudar quando for
necessário. O propósito era de construir caminhos para a remoção de barreiras
na aprendizagem a
partir da reflexão sobre os objetivos da prática avaliativa.
Após diversas leituras e estudos foi possível
identificar como temáticas principais: sentidos e imaginários do professor
sobre as deficiências e suas especificidades, formação do professor para
efetivação do processo de inclusão, bem como a utilização de estratégias
pedagógicas diferenciadas. .
Os encontros de capacitação foram ministrados
pela equipe do AEE e o diretor da escola juntamente com a equipe pedagógica. Além
das capacitações promovidas pela escola, 90% dos professores fizeram o curso do
AEE Virtual pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC, Minas).
Nos encontros com os professores foram utilizadas
estratégias gerais, destaca-se o preenchimento de questionários para relatarem
suas dúvidas e angústias. Um dos questionamentos foi: Quais aspectos relevantes
o professor de disciplina deverá avaliar no processo de aprendizagem dos alunos
com NEE?
Como atribuir notas referentes ao desempenho
escolar quando os avanços dos alunos são atitudinais, como no caso de alguns, ou
seja, o que irá constituir o repertório comportamental que lhes permite
interagir com os demais e participar das atividades de convivência social e
esportiva ou, ainda, entre outros aspectos não identificados rotineiramente
como acadêmicos?
A partir deste diagnóstico as capacitações em
serviço foram ministradas através de palestras expositivas, debates e oficinas
específicas pedagógicas inclusivas como: como elaborar o Plano de
desenvolvimento individual (PDI), relatórios circunstanciados, avaliação
diagnósticas dos alunos com NEE, adaptação de provas e a construção de
instrumentos avaliatórios, dentre outros.
Fotos 2 - apresentação do texto para outras escolas do Estado/MG
REFLEXÕES SOBRE O
TRABALHO
Vasconcellos (2003) faz o seguinte alerta:
mudar o paradigma da avaliação não significa
ficar em dúvida se “devo reprovar ou dar uma ’empurradinha”, qualquer uma
dessas posturas é cruelmente excludente, pois é preciso descobrir as condições
de aprendizagem de cada aluno e, além disso, “não parar para atender ao aluno e
suas necessidades é um autêntico suicídio pedagógico” (p. 54, 58, 77).
De acordo com o teórico acima é preciso sempre relembrar que as provas
não podem ser de forma alguma classificatória, “cada um tem seu tempo, seu
estilo e ritmo para que ocorra a aprendizagem epistemológica” e que existe
outros instrumentos de avaliação.
A avaliação propriamente dita não é o único ponto de partida, no
entanto, através das diversas formas de avaliar os alunos com NEE os
professores puderam perceber os avanços dos alunos e da prática também deles. Assim,
o processo de avaliação ocorre de maneira efetiva, favorece o desenvolvimento
do trabalho com qualidade. A avaliação jamais pode ser considerada como reta
final e sim como ponto de reflexão, de retomada do processo ensino aprendizagem.
Portanto, os docentes da E. E. “Professora Elza de Oliveira Lage” relatam
que as parcerias ocorrem em seu dia a dia naturalmente e são fundamentais no
alcance do sucesso educativo. Essas acontecem com o apoio dos colegas que
apresentam comprometimento, dedicação, entendimento e aceitabilidade. Nessa
perspectiva, os docentes são corresponsáveis, buscam despertar no educando o
desejo de mudança.
Sobre a ótica da inclusão os professores perceberam
que o aluno com necessidades especiais não é visto como responsabilidade
unicamente como professor do AEE ou do professor de apoio, nem apenas do
professor de cada disciplina e sim de todos os participantes do processo
educacional.
E
assim a escola aos poucos desenha sua prática inclusiva no que tange, á
formação do professor, às adaptações curriculares, salas de recursos com tecnologia
assistiva e ou alternativa e a acessibilidade.
Vários empecilhos ainda vão surgir e há muito para
aprender, outros já foram vencidos. No entanto, melhorar nossa prática
pedagógica é necessário, o jeito de olhar para cada aluno, cada colega de trabalho,
etc. Hoje os professores da escola Elza estão mais preparados para enfrentar os
desafios e os paradigmas da inclusão.
REFERÊNCIAS
http://www.slideshare.net/geekedlon/texto-avaliacao-diagnostica. Acesso: 28/09/2013.
CÔRREA, R. e PIMENTEL, Maria Auxiliadora M. A avaliação educacional diagnóstica e as práticas curriculares.
MANTOAN, M.T.E. Inclusão escolar: o que é? Porque? Como fazer? São
Paulo: Moderna, 2003.
Declaração de Salamanca. "Sobre princípios, política e práticas nas
áreas das NEE. Espanha, 7 a 10 de junho de 1994.
Secretaria Municipal de Educação. Referencial
sobre avaliação da aprendizagem de alunos com necessidades educacionais
especiais /– São Paulo : SME / DOT, 2007.
Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN/96), bem como a Resolução n.º 02, de 2001.
Foto 3 - Apresentação dos Slides das práticas inclusivas.
Foto 4
"A grande ciência da vida é aprender a recomeçar. Recomeçar com confiança e entusiasmo." (Lições de Dorina Gouveia Nowill - Para quem quer ver além)
Foto 5- Apresentação do diretor Denilson
Foto 6 - apresentação da professora de AEE Elaine
"O Mestre na arte da vida faz pouca
distinção entre o seu trabalho e o seu lazer, entre a sua mente e o seu corpo, entre a sua educação e a sua recreação, entre o seu amor e a sua religião. Ele dificilmente sabe distinguir um corpo do outro. Ele simplesmente persegue sua visão de excelência em tudo que faz, deixando para os outros a decisão de saber se está trabalhando ou se divertindo. Ele acha que está sempre fazendo as duas coisas simultaneamente." Zen-BudistaFotos tiradas em outubro de 2013 no II Congresso de Práticas Educacionais da Rede Pública de Minas Gerais
Elaine de Almeida Eleutério/12/07/15