A INCLUSÃO DOS SURDOS E A LIBRAS NO CONTEXTO ESCOLAR
Para o movimento surdo,
contam as instâncias que afirma a busca do direito do indivíduo surdo em ser
diferente em questões sociais, políticas e econômicas que envolvem o mundo do
trabalho, da saúde, da educação, do bem-estar social . Perlin, 1998
Este trabalho tem como pressuposto teórico um
pequeno relato sobre a trajetória histórica dos surdos, o ensino da Libras e a inserção dos alunos surdos e suas
implicações no contexto escolar ao deparar com o despreparo dos professores e o
preconceito que ainda paira silenciosamente dentro da escola.
O objetivo da inclusão social é agregar o
indivíduo na sociedade dando suporte para que as relações sociais aconteçam de
forma mais efetiva e o ponto importante sobre a inclusão social é
percebermos que o fato de incluir significa também, que devemos nos capacitar e
sensibilizar os ditos normais que as pessoas com NEE (Necessidade Educativa
Especial) apresentam potencialidades como outra pessoa qualquer e tem o direito
, o acesso e a permanência na escola garantidos por lei. É nesse contexto que a inclusão vem tomando força cada vez mais
tornando uma realidade inegável e possibilita a inserção dos alunos com NEE no âmbito
educativo.
CONCEITOS: SURDEZ E SURDO - COMUNIDADE SURDA E POVO SURDO
A surdez é a incapacidade de o cérebro
processar e decodificar, parcial ou totalmente, os estímulos sonoros enviados
através do nervo auditivo, devido a falha no mecanismo de transmissão desses
estímulos
Surdos: são aqueles que perderam a audição de forma parcial
ou total. Há muitos graus de perda auditiva, hoje dizemos que surdos são
aqueles que usam a língua de sinais para se comunicar e deficientes auditivos
aqueles que com uma prótese podem reconhecer pelo som as palavras.
Povo surdo é grupo de sujeitos surdos
que tem costumes, história, tradições em comuns e pertencentes às mesmas
peculiaridades, ou seja, constrói sua concepção de mundo através da visão.
Comunidade surda, na verdade não é só
de surdos, já que tem sujeitos ouvintes junto, que são família, intérpretes,
professores, amigos e outros que participam e compartilham os mesmos interesses
em comuns em um determinado localização que podem ser as associação de surdos,
federações de surdos, igrejas e outros.”
Como afirma MONTEIRO:
“(...)Há pessoas surdas em toda a parte do Brasil. Porém, muitos surdos são
invisíveis à Sociedade (...): a) Nos Lugares Comuns ( praças, bares, cinemas,
clubes, etc. ), b) Nas Associações de Surdos, c) Nas Escolas e Universidades,
d) Nas Clínicas, e) Nas Igrejas” (2006, p.280).
BREVE RELATO SOBRE A
HISTÓRIA DOS SURDOS
O
fenômeno da surdez revela uma trajetória cheia de conflitos no processo da
compreensão desse fenômeno, que outrora era chamada de maldição, loucura,
aberração ou patologia congênita e outros nomes que contribuíram com a estigmatização
e a discriminação das pessoas com surdez na história da humanidade.
Conhecer a história de surdos não nos
proporciona apenas a ocasião para adquirimos conhecimentos, mas também para
refletirmos e questionarmos diversos acontecimentos relacionados com a educação
em várias épocas. Por exemplo, por que atualmente, apesar de se ter uma
política de inclusão, o sujeito surdo continua excluído?
Desde o período de Moisés até o século XV, os deficientes auditivos
foram tratados como seres primitivos incompetentes e imperfeitos e castigados
pelos Deuses. Em decorrência disso eram
abandonados , excluídos dos direitos sociais e muito menos ser educados
por serem considerados intelectualmente inferiores aos outros.
Nesse período, era comum à eugenia, quer
dizer, a eliminação das pessoas com qualquer tipo de deficiências como uma “anormalidade” fim de controle social vistas numa
sociedade majoritariamente ouvinte.
Como
não havia escolas para surdos, e a
partir do século XV até o século XVIII
começaram a surgir os primeiros educadores nessa área, que divergiam, no
entanto, quanto ao método de ensino mais apropriado.
Entre
eles destacam-se Girolamo Cardano que
propôs um conjunto de princípios que prometia uma ajuda educacional e
social francês Charles-Michel. Estes educadores desenvolveram seus ensinos
em diferentes direções e suas opções teóricas situaram-se entre dois extremos:
o oralismo e a posição gestualista.
O abade francês Charles-Michel, desenvolveu um
sistema de sinais para alfabetizar crianças surdas que serviu de base para o
método usado até hoje. Na época, as crianças com deficiências auditivas e na
fala não eram alfabetizadas. O abade fundou, em 1755, a primeira escola para
surdos, ensinando o alfabeto a seus alunos com gestos manuais descrevendo letra
por letra.
Continuando o percurso histórico,
em 1846 Alexander Melville Bell, professor de surdos, o pai do célebre inventor de telefone Alexander Grahan
Bell, inventou um código de símbolos
chamado “Fala vísivel” ou “Linguagem vísivel”, sistema que utilizava desenhos
dos lábios, garganta, língua, dentes e palato, para que os surdos repitam os
movimentos e os sons indicados pelo professor.
E assim, em 1856, o conde francês Ernest Huet, que era
surdo, trouxe ao Brasil a língua de sinais francesa", afirma Moisés
Gazale, diretor da Federação Nacional de Educação e Integração de Surdos
(Feneis), no Rio de Janeiro. Essa globalização do sistema foi facilitada pelo
fato de os sinais também representarem - além das letras - conceitos como fome
ou sono, permitindo a comunicação entre pessoas de diferentes nacionalidades.
E em 1857 foi fundada a primeira escola para surdos no Rio de Janeiro –
Brasil, o “Imperial Instituto dos Surdos-Mudos”,hoje, “Instituto Nacional de
Educação de Surdos”– INES, criada pela Lei nº 939 (ou 839?) no dia 26 de
setembro. Foi nesta escola que surgiu, da mistura da língua de sinais francesa
com os sistemas já usados pelos surdos de várias regiões do Brasil, a LIBRAS
(Língua Brasileira de Sinais). Dezembro do mesmo ano, o Eduardo Huet apresentou
ao grupo de pessoas na presença do imperador D.Pedro II os resultados de seu
trabalho causando boa impressão.
Em 1966, o médico
americano Orin Cornett deu uma importante contribuição a essa linguagem, unindo
a utilização dos sinais com a leitura labial. Hoje, cada país tem sua própria
linguagem de sinais para surdos. Todas elas derivam do alfabeto manual francês,
mas podem apresentar pequenas variações em função da gramática local. No Brasil
o sistema é conhecido como Libras: Língua Brasileira de Sinais.
De
acordo com Soares (1999, p. 19), Ponce de Leon foi considerado o primeiro
professor de surdos da história. Ele ensinava filhos surdos de pessoas nobres,
foi o responsável pelo desenvolvimento do alfabeto manual, que ajudava surdos a
soletrar palavras.
Resumindo os primeiros passos do surgimento do
alfabeto de libras no Brasil teve sua origem datada nos tempos do Império. Por
volta de 1850 um conde Frances, que possuía deficiência auditiva, trouxe até o
Rio de Janeiro, um material que continha o alfabeto em francês e com alguns sinais. O
sistema foi então adaptado e deu origem ao alfabeto manual da Libras para ser difundido e assimilado em terras
brasileiras.
Em suma, a história dos surdos, contada pelos não-surdos, é mais ou
menos assim: primeiramente os surdos foram descobertos pelos ouvintes, depois eles foram isolados da
sociedade para serem educados e afinal conseguirem ser como os ouvintes; quando
não mais se pôde isolá-los, porque eles
começaram a formar grupos que se fortaleciam, tentou-se dispersa-los, para que
não criassem guetos.
Surdos e ouvintes de uma
mesma comunidade são criados com valores, crenças, símbolos e modos de agir e
pensar comuns. Surdos e ouvintes são elementos de uma mesma cultura. Defender
uma cultura surda seria legitimar a desigualdade e a discriminação.
Um
pouco da Legislação que ampara os surdos
no Brasil e no mundo.
A Constituição Federal, através do artigo
205, garante o direito à educação a
todos
os indivíduos. Quando a constituição se refere ao termo “todos os indivíduos”,
subtende-se que não há distinção. No artigo 206 é ressaltada a igualdade de
condições para acesso e permanência na escola. Observa-se então que, a
constituição garante a todos o direito de a educação sem distinção de raça,
sexo, cor, origem ou deficiência. Fica claro que não é permitido nenhum tipo de
discriminação ou impedimento da matrícula do indivíduo com deficiência na rede regular de ensino.
A Conferência Mundial em Educação Especial,
organizada pelo governo da Espanha na cidade de Salamanca, em cooperação com a
UNESCO, em 1994, ressalta que o direito de cada criança a educação é proclamado
na Declaração Universal de Direitos Humanos e foi fortemente reafirmado pela
Declaração Mundial Sobre Educação para Todos. Na Declaração de Salamanca ficou
estabelecido que “Toda criança tem direito fundamental a educação, e deve ser
dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem” e
“toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de
aprendizagens que são únicas.
O alfabeto em libras já sofreu grandes mudanças e
sua trajetória é marcada por lutas, o alfabeto em libras, quase teve seu nome alterado durante sua historia no Brasil, voltando a seu
vigorado em 1991, em Minas Gerais.
Assim, de acordo com Mazzota (1996), a
implementação da inclusão tem como pressuposto um modelo no qual cada criança é
importante para garantir a riqueza do conjunto, sendo desejável que na classe
regular estejam presentes todos os tipos de aluno, de tal forma que a escola
seja criativa no sentido de buscar soluções visando manter os diversos alunos
no espaço escolar, levando-os a obtenção de resultados satisfatórios em seu
desempenho acadêmico e social.
A Lei de diretrizes e bases da educação nacional, Lei nº 9.394/96, trata
da questão da inclusão da pessoa como necessidade especial. Segundo a LDB, a
inclusão de uma pessoa com necessidade especial, sempre que possível, deve ser
feita em turmas regulares, como alunos sem necessidade de atendimento especial.
A depender da necessidade o seu processo de aprendizagem pode não ser
comprometido, havendo claro, condições favoráveis, que vão desde recursos
didático e profissionais capacitados.
Em 1966, o médico
americano Orin Cornett deu uma importante contribuição a essa linguagem, unindo
a utilização dos sinais com a leitura labial. Hoje, cada país tem sua própria
linguagem de sinais para surdos. Todas elas derivam do alfabeto manual francês,
mas podem apresentar pequenas variações em função da gramática local. No Brasil
o sistema é conhecido como Libras: Língua Brasileira de Sinais.
A questão das dificuldades de comunicação dos
surdos é bastante conhecida, mas, na realidade brasileira, as leis (10.436, 24
de abril de 2002, que dispõe sobre a língua de sinais brasileira, e mais recentemente
o Decreto 5626/05, que regulamenta as leis 10.098/94 e 10.436/02 e orienta
ações para o atendimento à pessoa surda) e este conhecimento não têm sido
suficientes para propiciar que o aluno surdo, que freqüente uma escola de
ouvintes, seja acompanhado por um intérprete.
Além disso, a presença do intérprete de língua
de sinais não é suficiente para uma inclusão satisfatória, sendo necessária uma
série de outras providências para que este aluno possa ser atendido
adequadamente: adequação curricular, aspectos didáticos e metodológicos,
conhecimentos sobre a surdez e sobre a língua de sinais, entre outros.
É muito recente a oficialização do alfabeto em
libras no Brasil, pois foi somente em abril de 2002, que o País oficializou a
língua de sinais.
O alfabeto em libras ou língua de sinais, como é normalmente chamado não é apenas um método de gestualização, ela deve ser considerada como uma língua a parte. Pois em outros países os códigos em libras, os sinais, são diferentes. Cada cultura gestualiza seus códigos de maneira própria.
O alfabeto em libras ou língua de sinais, como é normalmente chamado não é apenas um método de gestualização, ela deve ser considerada como uma língua a parte. Pois em outros países os códigos em libras, os sinais, são diferentes. Cada cultura gestualiza seus códigos de maneira própria.
O ALUNO SURDO E A ESCOLA
A escola precisa assumir a educação de seus
alunos, contemplando a pedagogia da diversidade, pois todos os alunos deverão
estar dentro da escola regular, independente de sua origem social, étnica ou lingüística. E perceber antes de tudo que é a escola que tem
que se adaptar ao aluno com NEE e não o aluno a escola.
A escola é muito importante na formação dos
sujeitos todos os seus aspectos. É um lugar de aprendizagem, de diferencia e de
trocas de conhecimentos; precisando, portanto, atender a todos sem distinção,
afim de não promover fracasso, discriminação e exclusões.
Vários são os dispositivos legais que
estruturam-se na organização especial de
currículos, desenvolvimento de métodos, técnicas e recursos educativos, além de
professores especializados. No caso dos surdos, trata-se de promover adequações
nas ações educacionais a realidade destes sujeitos que tem ou deveriam a língua
de sinais como língua materna.
Sendo assim, as discussões
em torno do processo de escolarização da pessoa surda são, historicamente,
bastante freqüentes, principalmente no que diz respeito à modalidade de
comunicação e à língua propriamente dita, que deverá ser considerada no
processo de letramento desses indivíduos. Também devem ser consideradas as
diferentes opiniões acerca do “lugar de escolarização” da pessoa surda, que
pode ocorrer nas escolas especiais, nas escolas regulares ou nas escolas
inclusivas a criança surda, quando
chega à escola, diferentemente da criança ouvinte, não tem a língua oral
adquirida. Via de regra, não tem língua alguma e portanto a maior dificuldade é na comunicação.
“No caso de crianças surdas, o acesso ao conhecimento estará intimamente
ligado ao uso comum de um código lingüístico prioritariamente visual, uma vez
que, de outra forma, ela poderá apenas ter acesso às características físicas do
objeto e não as conceituais”. (MEC, 2003, p.83).
A escola tem a função de
promover o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo moral e social dos alunos
com necessidades educacionais especiais e ao mesmo tempo facilitar a integração na sociedade como membros ativos.
É
necessário que o professor conheça e compreenda a Língua utilizada pelo aluno
surdo, as variadas formas de expressão por ele utilizada. Por isso, é
importante participar de cursos de capacitação que possibilitem aprender a
língua oficial, ou seja, a Libras.
Verifica que a escola não assume a sua educação a partir de
todas os aspectos de suas singularidades e, principalmente, no efetivo
favorecimento da convivência social. Conclui que a segregação e a exclusão apresentamse
ainda como a realidade da criança surda na escola.
Na verdade observa que a escola não tem nem
mesmo apresentado sucesso na educação de inúmeras pessoas ditas normais.
Vemos que muitos alunos vivenciam repetências sucessivas no
processo de escolarização e que, ao final, acabam
excluídos e relegados a um segundo
plano tanto social como profissionalmente, pois
que são vistos de forma inferiorizada nas exigências para
a participação no mundo social e do
trabalho. Analisando por essa ótica, como ensinar os alunos surdos na sala
de aula ou com qualquer outra deficiência.
Muitos têm tratado da inserção de alunos com
surdez na escola regular como sendo inclusão, mas o que ocorre,
na maioria das vezes, ainda é integração escolar,
entendida como uma forma parcial de inserção do sujeito no ambiente
escolar, pois que fica condicionada à capacidade de os alunos com
surdez acompanharem os demais colegas
ouvintes e atenderem as exigências da escola. A
integração escolar tem cunho adaptativo unilateral e, por isso, continua
desrespeitando esses alunos e não atendendo as suas
necessidades específicas.
A linguagem é responsável
pela regulação da atividade psíquica humana, pois é ela que permeia a
estruturação dos processos cognitivos. Assim, é assumida como constitutiva do
sujeito, pois possibilita interações fundamentais para a construção do
conhecimento (Vigotski, 2001).
Dessa forma, é através da linguagem que o
sujeito se constitui como tal, com suas especificidades e características
humanas, distinguindo-se dos demais animais. É no contato com a linguagem,
integrando uma sociedade que faz uso dela, que o sujeito a adquire. Já para as
pessoas surdas, esse contato revela-se prejudicado, pois a língua oral é
percebida por meio do canal auditivo, alterado nestas pessoas.
Outro fator preponderante é que o indivíduo surdo pode ficar
restrito a um universo lingüístico muito pequeno quando a família ou a escola
sabem muito pouco da língua de sinais.
Crianças
surdas filhas de pais ouvintes, que são a maioria dos surdos, muitas vezes,
entram em contato apenas tardiamente com a Língua de Sinais e a comunidade
surda. Todavia, o acesso e o contato com essa língua, no espaço escolar, pode
favorecer o desenvolvimento e a aquisição de novos conhecimentos de forma mais
ampla e adequada, afetando inclusive a aceitação da família para a aproximação
com comunidade de surdos.
Para a criança surda, tal como para a criança ouvinte, o pleno desenvolvimento das
suas capacidades lingüísticas , emocionais
e sociais é uma condição imprescindível para o seu desenvolvimento como pessoa.
A construção de uma verdadeira sociedade inclusiva
passa também pelo cuidado com a linguagem. Na linguagem se expressa,
voluntariamente ou involuntariamente, o respeito ou a discriminação em relação
às pessoas com deficiências. E a ausência de uma língua comum entre
professores e estudantes produz barreiras na construção do conhecimento desses
educandos.
Para que a criança surda
alcance o seu desenvolvimento total, a inclusão necessita de acompanhamento
adequado, deve-se considerar a capacitação dos professores desempenharem esse trabalho.
É importante que o professor possua conhecimento de métodos e técnicas
adequados para a realização de um trabalho sistemático e contínuo de
acompanhamento ao desenvolvimento do aluno surdo.
A importância da Libras na escola
A LIBRAS é um elemento essencial para comunicação
e fortalecimento de identidade surda no Brasil e dessa forma, a escola não pode
ignorá-la no processo educacional.
A importância linguistica de LIBRAS (Língua
Brasileira de Sinais) no contexto escolar, a inclusão vem tomando força cada
vez mais, a realidade é esta inegável e deve acontecer no âmbito educativo. Vale enfatizar que o alfabeto em libras é assegurado por lei,
regulamentada em 24 de abril de 2002, com a lei n° 10.436.
Discutir como a educação dos surdos é como
ela deve acontecer no contexto escolar tem sido motivos polêmicos, pois, não
basta somente que seja incluído em classes normais, mas principalmente, que
seja atendido nas suas necessidades linguísticas.
Compreende-se que para
as condições serem iguais, é preciso aceitar e compreender as diversas formas
de expressão presentes na sociedade, em relação aos alunos ouvintes quanto como
os surdos, estimulando-os a se comunicarem de maneira que mais lhe favoreça.
É bastante comum ouvir uma
pessoa dizer que conhece a língua de sinais, quando, na verdade o que conhecem
é o alfabeto manual da língua de sinais.
Assim como as línguas de sinais, o alfabeto manual
não é universal, cada língua de sinais tem seu próprio alfabeto.
Na língua de sinais, os conceitos são representados pelos sinais que
estão carregados de significados próprios de sua cultura. “As verdadeiras
línguas de Sinais são, de fato, completas em si mesmas, possuindo, porém, um
caráter diferente de qualquer língua falada ou escrita. Assim,
não é possível transliterar uma língua falada para língua de sinais
palavra pó palavra ou frase por frase – suas estruturas são essencialmente
diferentes”.(SACKS, 1998, p.42).
Quando se insere um intérprete de Língua de Sinais na sala de aula
abre-se a
possibilidade do aluno surdo poder receber a informação escolar em
sinais, através de uma pessoa com competência nesta língua. Contudo, é preciso
que se leve em consideração (especialmente na realidade brasileira) que, a
presença da Língua de Sinais não é garantia de que a criança surda apreenda
facilmente os conteúdos, porque nem sempre ela conhece essa língua, ou possui
interlocutores capazes de inseri-la nesse universo lingüístico.
Por outro lado, a inserção de um intérprete de Língua de Sinais em sala
de aula não garante que outras necessidades da pessoa surda, também
concernentes à sua educação, sejam contempladas.
Muitas crianças, por não
terem contato anterior com a Libras, sabem poucos sinais e esse fato acaba
conduzindo-as à um atraso no desenvolvimento da linguagem e, dessa forma,
possui um déficit de conhecimentos em geral. Sciliar-Cabral (1988) é enfática
ao afirmar que a não-exposição a uma língua, no caso a língua nativa, no
período natural da aquisição da linguagem, causa danos irreparáveis e
irreversíveis à organização psicossocial de um indivíduo.
O apoio pedagógico é muito
importante e necessário para as pessoas surdas, devem-se levar em consideração
os diferentes casos de deficiência auditiva para trabalhar com os materiais e
maneiras adequadas.
No contexto educacional de surdos, o ensino de
LIBRAS é uma questão preocupante, pois, o reconhecimento da importância do
estudo da mesma no ensino no ensino de surdos, as vezes ainda é deixada de
lado. Portanto, há uma necessidade maior e reflexões, no sentido de evidenciar
a sua importância.
Houve mudanças significativas no processo de
inclusão no Brasil e um dos avanços
foi a
acessibilidade comunicacional , ou seja, toda ação que facilita a interação entre as pessoas e o ambiente. São exemplos de instrumentos de acessibilidade comunicacional: a libras - língua brasileira de sinais, a audiodescrição, entre outros instrumentos tais como: o código de escrita Braille, os softwares leitores de tela como o Virtual Vision, Jaws e o NVDA, legendas em português e aparelhos tecnológicos que oferecem recursos para ampliar a recepção de informação das pessoas surdas ou cegas, ou com paralisia cerebral, etc.
Segundo, MAYER, 2011, essas ferramentas são chamadas de tecnologia assistiva que significa todo arsenal de recursos e serviços que
contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e, consequentemente, promover vida independente e inclusão dos alunos com NEE nos âmbitos escolares e sociais no Brasil e
no mundo.
Outro avanço significativo
também é a da inclusão da Libras como
disciplina curricular da Lei no 10.436, de 24 de abril
de 2002, e o art.
18 da Lei no 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, que regulamenta no artigo 3º a Libras deve ser inserida como disciplina
curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício
do magistério, em nível médio e superior, e nos cursos de Fonoaudiologia, de
instituições de ensino, públicas e privadas, do sistema federal de ensino e dos
sistemas de ensino dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Portanto, o reconhecimento da Libras como língua oficial, leva os surdos do Brasil, a
escrever uma nova história, porém apesar dos avanços ainda há muitos fatores
que levam muitos surdos a serem excluídos socialmente, como nas escolas, por não haver profissionais que
o compreenda.
CONSIDERAÇOES FINAIS
As políticas de inclusão educacional de alunos co NEE divulgadas a
partir dos anos 1990 em nosso país têm ampliado o número de matrícula desses
alunos no ensino regular. No entanto, na mesma proporção, os professores têm
reclamado seu sentimento de despreparo para atendê-los. Tendo em vista essa
situação, constata-se a necessidade de providências por parte das instâncias
formadoras para favorecer a preparação desses profissionais, além do
preconceito ainda existente na escola. Esses obstáculos humanos são mais difíceis de romper do que as
adaptações físicas no ambiente.
A perspectiva que atribui à escola de surdos a função de preparar
o aluno surdo para um contexto
educacional e social mais complexo tem feito parte dos discursos que circulam na
esfera da educação de surdos.Todavia,
sem os apoios pedagógicos e tecnológicos necessários, os alunos surdos
acabam excluídos da plena comunicação e da real participação.
Para os profissionais da educação aprender libras deve-se, portanto, passar por
um processo de aprendizagem de uma nova língua, tal qual fazemos quando nos
propomos a aprender francês, inglês ou outra língua que seja importante para
seu currículo profissional.
A educação da criança surda é um
direito, faz parte da sua condição como ser
humano e o
dever de educar é uma exigência do adulto, do pai e do educador.
Apesar de todos os avanços mencionados nesse
trabalho, sabe-se que muitos problemas são enfrentados na implementação de uma proposta inclusiva. Por isso é relevante que
o ensino de LIBRAS, seja incluído nas séries inicias do ensino fundamental, pra
que o surdo possa adquirir uma língua e posteriormente receber informações
escolares em língua de sinais na escola.
O atendimento às suas características
particulares e especificidades dos alunos surdos implica formação, cuidados individualizados e
revisões curriculares que não ocorrem apenas pelo empenho do professor, mas que
dependem de um trabalho de discussão e formação que envolve custos e que tem
sido muito pouco realizado.
No que
tange aos direitos linguísticos dos surdos e ao acesso a uma educação
compatível com suas peculiaridades. Os estabelecimentos de ensino precisam
proporcionar recursos linguísticos para que o surdo possa desenvolver de forma
autônoma, preparando-o para enfrentar desafios, não o vendo sob o ângulo da
surdez mas da diferença.
Já esta evidentemente comprovado que a criança surda, quando aprende através da língua de sinais tem um maior desenvolvimento intelectual do que quando aprende sem o uso da mesma. Entretanto o que acontece no contexto escolar è que o aluno surdo, sobre tudo na escolarização inicial, não domina a língua de sinais.
Já esta evidentemente comprovado que a criança surda, quando aprende através da língua de sinais tem um maior desenvolvimento intelectual do que quando aprende sem o uso da mesma. Entretanto o que acontece no contexto escolar è que o aluno surdo, sobre tudo na escolarização inicial, não domina a língua de sinais.
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